Um estudo científico publicado na Jama Network revelou que motoristas idosos com transtorno depressivo maior (TDM) apresentam comportamentos de direção mais perigosos do que aqueles sem a condição. A pesquisa, que acompanhou 395 participantes, mostrou que os motoristas depressivos fazem frenagens bruscas com mais frequência e se envolvem em curvas fechadas, tornando suas trajetórias mais imprevisíveis. Além disso, eles tendem a dirigir por distâncias maiores, visitando destinos mais exclusivos. A descoberta levanta preocupações sobre a segurança nas estradas para essa faixa etária, que é crescente no Brasil.

A pesquisa, conduzida entre 2021 e 2023, também destacou que o TDM, combinado com o uso de antidepressivos, está diretamente relacionado ao aumento desses comportamentos arriscados. “A depressão está influenciando a forma como essas pessoas dirigem, tornando suas ações mais imprevisíveis e arriscadas”, afirmou Ganesh Babulal, um dos responsáveis pelo estudo. Os pesquisadores observam que, apesar disso, os motoristas com depressão não diminuem o número de viagens, mas suas trajetórias são mais propensas a riscos devido ao comportamento alterado.

Entre os dados analisados, foi observado que os motoristas com TDM tinham um número significativamente maior de frenagens bruscas e maior entropia em seus trajetos, indicando um padrão de direção menos controlado. “As pessoas com TDM não estão realizando ajustes comportamentais que poderiam tornar sua direção mais segura”, complementou Babulal. O estudo sugere a necessidade de intervenções específicas, como programas de reabilitação do motorista, para garantir a segurança desses motoristas.

A pesquisa também enfatizou a importância da triagem regular para a depressão entre os motoristas idosos. “É fundamental que os profissionais de saúde avaliem não só a saúde mental, mas também a capacidade de direção dessa população”, alertam os especialistas. Com o aumento da população idosa, esses cuidados se tornam ainda mais urgentes para evitar tragédias nas estradas.