Hans River, ex-funcionário da Yacows, denunciou durante o Bunker Podcast, na sexta-feira (5), que vive há sete anos sob intensa perseguição desde que prestou depoimento à CPMI das Fake News, em 2019. Ele afirma ter perdido tudo após ser acusado injustamente de mentir ao Congresso, mesmo tendo, segundo ele, apresentado provas documentais durante a sessão.

Ao longo da entrevista, Hans descreveu um cenário de ruína pessoal e financeira: passou fome, dormiu em praças e postos de saúde, perdeu moradia, trabalho e convívio familiar. “Eu não tinha um real no bolso, nem onde dormir. Fiquei na rua abraçado com a mochila para ninguém roubar”, relatou. Ele também afirmou que teve contas bancárias bloqueadas e que sua imagem foi completamente destruída na internet.

River afirma que seu único “erro” foi relatar a rotina de trabalho dentro da empresa em que atuava. Segundo ele, sua vida virou alvo de uma verdadeira caçada midiática e política. “Me jogaram num incêndio e tiraram o corpo fora. Quem passou fome fui eu”, desabafou. Apesar da quebra de sigilos autorizada por ele mesmo, disse que nenhuma ilegalidade foi encontrada.

Durante a CPMI, Hans River foi hostilizado por parlamentares da esquerda. Citou, em especial, o senador Humberto Costa (PT), que teria pedido sua prisão durante a sessão, e Rui Falcão (PT), acusado de estereotipá-lo como “favelado” e de sugerir, indiretamente, ameaças. “Teve um momento que eu perguntei se ele tava me ameaçando. Ele desconversou”, disse Hans.

Mesmo após apresentar provas durante o depoimento e não haver comprovação de qualquer mentira, Hans foi rotulado publicamente como mentiroso por veículos de imprensa, especialmente após a divulgação de um boletim de ocorrência arquivado, feito por sua ex-companheira durante uma crise conjugal. A Folha de S.Paulo teria usado esse B.O. como parte da narrativa contra ele.

Hans afirmou ainda que sofreu boicote profissional. Produtores musicais e estúdios recusaram-se a trabalhar com ele, mesmo sendo conhecido no meio artístico antes da polêmica. Disse ter tido a carreira musical interrompida e que, até hoje, não conseguiu retomar seus projetos por falta de apoio e por medo de represálias.

O comunicador também denunciou a omissão de movimentos sociais. “Nenhum grupo antirracista me procurou. Fui chamado de favelado por um deputado do PT e ninguém falou nada. É seletivo demais”, criticou. Para ele, a perseguição foi política e dirigida. “Eu era neutro, só falei a verdade sobre meu trabalho. E paguei caro por isso”, disse.

Hans revelou não acreditar em reparação. Disse que, mesmo se alguém pedisse desculpas, não aceitaria. “Nada apaga o que vivi. A única coisa que eu tinha era minha moto. Hoje, nem isso. Quem quiser saber a verdade, que assista meu depoimento inteiro, com cinco horas de gravação. O que está no Google é mentira”, concluiu.