O ataque ao sistema de pagamento da administração federal, o Siafi, permanece sem solução dois meses após ser revelado. A Polícia Federal ainda não identificou os autores do desvio de pelo menos R$ 15 milhões, e o governo não divulgou o valor total recuperado.
Os invasores realizaram as primeiras transferências ilegais em 28 de março, desviando R$ 3,8 milhões de contratos do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). Em 16 de abril, R$ 11,39 milhões foram transferidos ilegalmente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Contas de pessoas e empresas sem vínculos com o governo federal receberam esses recursos. A invasão ao Siafi foi revelada pela Folha em 22 de abril.
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Procurada, a Polícia Federal não confirmou se encontrou os criminosos e qual o valor total recuperado, alegando que não comenta investigações em andamento. O TSE declarou que a invasão ocorreu no Siafi, e não em seus sistemas próprios. O MGI não se manifestou. O desvio foi detectado por técnicos do MGI em 1º de abril, que solicitaram o bloqueio dos valores desviados no dia seguinte.
Após o ataque, o governo federal endureceu o acesso aos sistemas da União e formou uma força-tarefa para emitir certificados digitais pelo Serpro, obrigatórios para servidores que autorizam pagamentos. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o maior rigor nos procedimentos tem causado “transtorno operacional” em alguns órgãos, mas justificou a medida diante da gravidade do episódio.