A declaração da ministra Gleisi Hoffmann, na quinta-feira (10), classificando como “plenamente defensável” a discussão sobre redução de penas aos condenados do 8 de Janeiro, causou mal-estar no Supremo. Ministros do STF consideraram a fala um “absurdo” e correram para reclamar ao Planalto.
Segundo o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, ao menos três magistrados procuraram auxiliares de Lula nas últimas horas. Um deles foi além e classificou a fala como um “suicídio”, alertando que o governo pode acabar pagando a conta política caso a anistia não avance no Congresso Nacional.
Interlocutores do presidente tentaram conter a crise e afirmaram ao STF que Gleisi foi “mal interpretada”. Também garantiram que Lula dificilmente apoiaria a revisão das penas, como sugerido pela ministra das Relações Institucionais.
Nos bastidores, aliados avaliam que Gleisi cedeu à pressão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Na mesma noite, Sóstenes Cavalcante (PL) confirmou o apoio mínimo para pautar o projeto da anistia em regime de urgência no plenário da Câmara.