Moradores do bairro Riviera Fluminense registram furtos a luz do dia e criminosos levam portas e telhados do patrimônio público abandonado há dois anos
Leitores do jornal O DEBATE enviaram para a nossa redação várias fotos de criminosos furtando portas, telhados e até materiais de construção do Ginásio Poliesportivo Engenheiro Maurício Bittencourt, localizado no bairro Riviera, em Macaé.
Durante o dia, moradores registram furtos, onde homens invadem o espaço do ginásio e depredam diversos materiais e levam para revender. No local, não existe agente da Guarda Municipal e nenhum tipo de policiamento nas redondezas da área.
Os tapumes que foram colocados em agosto do ano passado, por determinação do Ministério Público (MP), já que a estrutura do local ameaça desabar, também estão comprometidos diante de várias ações de vandalismo.
Alguns criminosos utilizam até carrinho de mão para colocar os materiais furtados e depredados. O local esquecido pelo governo municipal, cada vez mais está sendo deteriorado e sem nenhum tipo de supervisão por parte da segurança pública.
A estrutura gigantesca está interditada desde agosto do ano passado por determinação do MP, mas a reforma e manutenção nunca foram feitas, desde quando foi inaugurado em 2004.
O local, que já serviu para treinos do Macaé Basquete e sediou eventos esportivos, está entregue ao abandono. Construído em 2004, custou 14 milhões de reais aos cofres públicos e tem capacidade para cinco mil pessoas e possui vários setores, mas tudo se perdeu com a falta de investimentos e manutenção, a estrutura beira o colapso.
Antes da instalação dos tapumes em volta do ginásio, o local era cercado por muito lixo e equipamentos deteriorados e a estrutura toda enferrujada. Com o cerco instalado no ginásio para impedir acesso de bandidos, o local ainda vem sendo frequentado pelos criminosos que ‘depenam’ ainda mais o patrimônio público.
A situação é tão preocupante que o MP do Estado do Rio de Janeiro obrigou a prefeitura de Macaé a tomar medidas para garantir a segurança da população em caso de queda da estrutura.
O descaso e a falta de investimentos vêm de longa data. Em 2013, o ginásio foi interditado pela Defesa Civil, e a reforma foi orçada em 7 milhões de reais, mas não aconteceu. No ano seguinte estava previsto um gasto de cerca de 2 milhões e meio de reais, definido na lei orçamentária anual, mas que foi anulado pelo governo. Em 2015, novamente foram destinados 2 milhões para obras, que foram cortados, e no ano passado, 200 mil para as intervenções, e mais uma vez, não saiu do papel.
Em nota, a prefeitura de Macaé informou que, a secretaria de Ordem Pública faz, diariamente, rondas no local e no entorno. A administração municipal declarou ainda que, durante patrulhamento dos agentes, algumas pessoas foram abordadas em flagrante e levadas para a 123ª Delegacia de Polícia para realização de boletim de ocorrência. Sobre a reforma do espaço, a concorrência pública está marcada para o dia 31 de agosto. A expectativa é que as obras sejam iniciadas ainda neste segundo semestre.