Com o desenrolar do processo eleitoral deste ano, envolvendo assim mais de 20 nomes, conhecidos ou não, do cenário político da cidade, o futuro da representatividade de Macaé nos plenários dos poderes Legislativo, do Estado e da União, está nas mãos das 150 mil pessoas aptas a participar do “show da democracia”.
No entanto, não é difícil apontar que pouco mais da metade deste colégio eleitoral terá interesse ou disposição de seguir até as urnas, no próximo dia 7 de outubro, uma margem bem abaixo do necessário para representar o que, de fato, é o interesse da maioria da sociedade local.
Nas eleições municipais de 2016, a ausência de eleitores nas urnas bateu a casa dos 35%, um percentual que só vem aumentado ao longo dos últimos pleitos, demonstrando assim a queda do interesse dos eleitores de acompanharem o desempenho dos agentes políticos que se prestam a representar a população, em qualquer esfera política.
Hoje, com diversos problemas relacionados a sistemas de gestão pouco eficientes, agarrados em uma maneira arcaica de se fazer política, Macaé sente na pele os efeitos de não possuir uma relação republicana com os governos estadual e federal, dentro de uma visão deturbada do que significa ser um representante legítimo da cidade.
Temendo o surgimento de adversários à altura, o condutor do processo “da mudança”, que prometeu muito, arrecadou bastante e não foi suficientemente capaz de atravessar os atrasos administrativos que a cidade ainda está afundada, possui pouco interesse de orientar e apoiar projetos que possuem chances reais de ter sucesso nas urnas.
E quem paga o preço de não contar com agentes políticos capazes de promover discursos de contraponto, de enfrentamento e até mesmo de alianças democráticas, é a sociedade que amarga efeitos como o próprio desemprego, que poderia ser superado mediante a instalação do novo porto do São José do Barreto, empreendimento ainda em processo de licenciamento, que esbarra em uma burocracia que só é vencida na base da intervenção política.
Hoje, os mais de 150 mil eleitores macaenses possuem nas mãos o poder de reverter este cenário, expandindo o debate político local para outras esferas importantes para se contornar problemas gerados pelo hiato mantido pela cidade mediante uma visão turva de autossuficiência financeira.