É fato que o tamanho do custeio das máquinas administrativas, do Estado e da União, é superior a capacidade de arrecadação de governos que herdaram a decadência de sistemas políticos falidos, e desmascarados pelas investidas da Operação Lava Jato.
Com despesas acima de todas as projeções relativas à arrecadação, os próximos governador e presidente terão nas mãos, não apenas uma caneta com meia carga, mas sim uma navalha necessária para cortar na carne os excessos que comprometem o equilíbrio fiscal, e a garantia de governabilidade da nação ainda em colapso.
E o primeiro efeito dessa auditoria evidentemente necessária aos próximos governos será sobre a concessão de benefícios e subsídios, instituídos com o propósito de tornar mais equilibrada a disputa comercial entre os Estados, ou financiar a rotina de cidadãos diretamente afetados pelas próprias falhas na gestão pública.
No Estado, o calcanhar de Aquiles do próximo governo será a redução do déficit estimado em mais de R$ 60 bilhões, que nem mesmo a mais nova e segura projeção de crescimento da arrecadação dos royalties e da Participação Especial do petróleo será suficiente para cobrir.
Com isso, a revisão de redução ou anistia de impostos para diferentes setores da indústria, será primordial para reduzir as perdas e criar uma luz no final do túnel para se obter receitas.
Nos últimos meses, a discussão sobre a revisão da política de subsídios do governo colocou, em lados opostos, a indústria e a atual gestão estadual, que não deve se reencontrar após o resultado das urnas.
Na União, o grande desafio será corrigir distorções referentes a quase todos os setores que influenciam diretamente no desenvolvimento econômico do país. E isso representa a criação de novas políticas que vão desde os processos de licenciamento e registro de empresas, até a taxação sobre operações internas e de exportação.
Não há como tratar o curso futuro da economia apenas no discurso da bala, do ódio ou da raiva. Há de se esperar que os próximos gestores tenham, ao menos, noção do que será feito para corrigir os rumos do país, que segue à beira do precipício.