Firjan revela que o Norte Fluminense foi a região que mais gerou empregos

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Campos, Macaé e São Francisco de Itabapoana foram as cidades que mais geraram vagas no estado do Rio nos primeiros seis meses de 2018

O Norte Fluminense foi a região do Rio de Janeiro que mais gerou empregos no primeiro semestre de 2018. É o que mostra a terceira edição da série Retratos Regionais – Cenário Econômico, divulgada pela Firjan esta semana. Foram mais de 5.000 vagas criadas na região, principalmente nos setores de agropecuária e indústria de transformação. Já no comércio, as demissões continuam, foram 834 vagas a menos no mesmo período.

A boa notícia se deve à retomada do setor de óleo e gás e às contratações sazonais ligadas à safra de cana-de-açúcar. Campos abriu 2625 novos postos de trabalho, Macaé, 1164 e São Francisco de Itabapoana, 961 e foram as três cidades que mais geraram vagas no estado do Rio nesses primeiros seis meses de 2018.

Outra mostra de que a atividade produtiva da região está sendo retomada é o volume do repasse de Royalties, que subiu 20% em 2017, em relação a 2016.

O Norte Fluminense é o segundo polo industrial do estado. A indústria representa 46% do PIB da região, com destaque para o setor de petróleo. Juntos, os municípios de Campos e Macaé, respondem por 81% do Produto Interno Bruto da região. São João da Barra, que representa 11%, tem recebido um volume significativo de investimentos, principalmente devido ao Porto do Açu.

“O Norte Fluminense foi muito impactado pela crise, logo, com a retomada do setor de óleo e gás, a região que tem muito a ganhar” , lembra a analista em desenvolvimento econômico da Firjan, Júlia Pestana.

Apesar dos sinais positivos em alguns setores da região, a produção industrial seguiu em queda em junho, segundo a pesquisa Sondagem Industrial. Isso indica que a atividade econômica, apesar da retomada, continua lenta.

Diante desse cenário, as condições financeiras das empresas ainda estão muito ruins, principalmente das pequenas e médias. As margens de lucro estão baixas e o acesso ao crédito, difícil. Dessa forma, para os empresários do Norte Fluminense, os principais entraves para a retomada da economia são a elevada carga tributária e a falta de capital de giro.

Ao observar o ambiente de negócios e como Norte Fluminense está estruturado para receber novos investimentos, é importante olhar, entre outros fatores, a segurança.

A cada cinco dias, uma carga é roubada na região. Apesar dos dados serem menores que no restante do estado, este tipo de roubo preocupa os industriais do Norte Fluminense, na medida em que as empresas transportam suas cargas por todo o estado do Rio, onde são registradas 26 ocorrências a cada 24 horas.

Outra questão preocupante na região é o aumento no registro de casos de letalidade violenta (homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e homicídio decorrente de oposição à intervenção policial), que cresceram 57% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Campos é responsável por mais da metade das ocorrências.

Além dos dados positivos do mercado de trabalho, uma outra boa notícia para a região são os investimentos anunciados, como o Hub de Gás Natural em São João da Barra e a UTE em Macaé. No total, serão R$ 9,3 bilhões em novos investimentos.

“Apesar do momento difícil que a região ainda vive, as perspectivas são bastante positivas. Porém para que a atividade econômica da região volte a crescer, é preciso que outros setores, além do de óleo e gás, também se recuperem”, disse a analista em desenvolvimento econômico da Firjan, Júlia Pestana.