Segundo relatos, os funcionários estão sem receber repasse de aumento do salário há quase dois anos
Familiares de funcionários do Sistema Integrado de Transporte (SIT) fazem manifestação no fim da tarde desta sexta-feira (07), em frente ao Terminal Central, reivindicando os direitos desses profissionais que estão com pagamentos em atraso. A ação, que tentou inibir a saída dos ônibus com passageiros, foi controlada pela polícia militar.
Segundo um dos motoristas da empresa que não quis se identificar, o objetivo do ato é porque faltam poucos dias para a realização do pagamento, e a empresa colocou um comunicado interno informando que não tinha previsão para o pagamento. “Até então a data acordada era para essa sexta-feira (07), mas que, por falta de recursos financeiros, isso não poderia acontecer. Entretanto, a empresa, neste tempo, estaria buscando formas de acertar o pagamento”, ressalta.
O motorista informou que, no mês passado, os funcionários ficaram 17 dias com o pagamento atrasado e, quando finalmente conseguiram receber, a empresa não justificou e não deu nenhuma satisfação oficial. “O mesmo aconteceria esse mês, porém, como a esposa de um dos funcionários fez o protesto aqui no Terminal, a empresa disse que conseguiu recurso para nos pagar. Se o pagamento até hoje, às 23h59, estaremos parando com a operação neste sábado (08) ou a partir da próxima segunda-feira (10)”, conta.
Além disso, o motorista do transporte público salientou que desde 2018, quando houve uma greve, a empresa ficou de repassar um aumento a todos os funcionários do SIT. Entretanto, até o momento, isso não aconteceu, seja esse repasse e alguns benefícios, como o décimo terceiro.
Um outro funcionário da empresa ressaltou ainda a existência de redução da circulação do transporte, diante da pandemia, que nem a categoria consegue compreender. “A empresa nos comunicou que a empresa possui quase 300 ônibus na garagem, ou seja, é um absurdo quando um passageiro embarca no Terminal Central para qualquer outro destino, e o transporte já sai superlotado. E quando o passageiro tenta embarcar nos pontos espalhados pela Praça Veríssimo de Melo, no Centro, ele leva cerca de 40 min esperando, isso quando não consegue embarcar. Cadê esses ônibus em circulação?”, questiona.
Já a esposa de um outro motorista pontuou que o pagamento dos funcionários foi reduzido, o que significa que a carga horária teria de ser reduzida também, o que não ocorreu. “Meu esposo em três dias de expediente fez 30 horas trabalhadas, cadê a carga horária reduzida?”, finaliza.
Vale dizer que até o momento dessa reportagem a equipe do O Debate tentou entrar em contato com a empresa responsável, mas não obteve retorno.