Os 25 anos do falecimento do brilhante advogado e líder político Claudio Moacyr de Azevedo – ele faleceu em 04 de agosto de 1995 – está sendo lembrado pela família e por alguns companheiros que durante muitos anos acompanharam a vitoriosa trajetória percorrida por ele, considerado um dos mais importantes líderes que surgiram nas décadas de 60, 70 e 80, não só no antigo Estado do Rio, como após a fusão com o Estado da Guanabara, notabilizando-se até a eleição do ex-governador Leonel Brizola..
Nascido em Macaé, filho de Alvaro Bruno de Azevedo e de Zelita Tocha de Azevedo, foi líder universitário, tendo com esforço e sacrifício atingido às carreiras de Advogado e Professor. Cladio Moacyr já demonstrava sua vocação política desde jovem.
Um traço marcante da pequena Macaé dos anos 50, 60 e 70 – então com menos de 30 mil habitantes que viviam basicamente da pesca, usina de cana-de-açúcar e do turismo – era a riqueza de discussões políticas, filosóficas e literárias. Nesse ambiente que despertava acalorados debates de ideias, despontou Claudio Moacyr, um líder nato, criativo e essencialmente otimista. Nos bancos escolares, o garoto conversador já evidenciava seu carisma e espírito de liderança.
Ainda jovem, estudou na faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense, em Niterói. Voltou para Macaé na década de 60, quando começou a advogar na área criminalística. Veio o golpe de 64. Em tempos de cerceamento dos direitos individuais, acabou se tornando uma referência entre os presos políticos de Macaé, a quem defendia usando a perspicácia e a sua oratória eloquente.
Cláudio respirava política dentro de casa. Quando ele ainda era criança, sua mãe saía às ruas para militar e fazer a campanha, atitude rara entre as mulheres daquele tempo.
Candidato a prefeito em 1966, com apenas 30 anos, Claudio fazia comícios e campanha porta a porta, propagando seus ideais de liberdade. Com seu discurso, foi eleito prefeito. Já em 1970, foi carregado nos ombros pelo povo, que o elegeu deputado estadual, cargo que viria a ocupar por cinco mandatos consecutivos.
O hoje rico município de Macaé após a descoberta de petróleo na Bacia de Campos e consequente distribuição de royalties pouco se assemelha à realidade dos anos de Claudio à frente da Prefeitura. Os recursos federais e estaduais eram mínimos e a arrecadação insuficiente.
Para driblar as dificuldades de verba, Claudio usava a criatividade. Uma das saídas que encontrou foi divulgar bastante a cidade para fomentar o turismo. Assim conseguiu verba para pavimentar ruas, construir escolas, postos de saúde, entre tantos outros feitos até então ausentes em alguns bairros e distritos.
Sua atuação na Assembleia Legislativa não foi diferente. Com apenas dois meses de mandato, foi escolhido líder da bancada do MDB. Mais dois meses, acumulou outro cargo: líder da maioria e, depois, líder do governo e, em fevereiro de 1977, foi eleito presidente da Alerj.
Entre muitos de seus feitos ao longo da vida pública, Cláudio costumava citar com especial orgulho a instalação da Fafima, em 74, e a emancipação de Quissamã, uma promessa de campanha cumprida em 88. Depois ainda atuou pela emancipação de Rio das Ostras e Iguaba Grande.
Com uma vida política intensa, Cláudio sempre lutou pelos seus ideais e por Macaé, sendo responsável por inúmeras obras de melhorias da cidade, como a pavimentação de ruas, construção de escolas, a colocação do primeiro gerador de energia no Sana, entre outros.
Mas, sua vida foi interrompida ainda cedo. Faleceu aos 59 anos, vítima de complicações decorrentes de uma cirurgia no coração, em 1995, deixando saudades e se tornando um exemplo a ser seguido pelos gestores que hoje estão no poder.
Uma das homenagens consideradas mais importante e que perpetua seu nome, foi o surgimento do Palácio Claudio Moacyr de Azevedo, no antigo prédio da prefeitura onde ele exerceu o cargo e, posteriormente, passou a ser o prédio da Câmara Municipal de Macaé.
Com certeza, algum correligionário ou político, poderá lembrar seus feitos durante a próxima sessão do Poder Legislativo, considerando que o atual presidente Dr. Eduardo Cardoso da Silva, ainda encontra argumentos fortes para contar algumas histórias.
Elizabeth Franco de Azevedo e Marcia Curvelo, sobrinhas e que sempre estiveram à frente da Fundação Educacional Luiz Reid, mantenedora da Faculdade de Filosoria, Ciências e Letras de Macaé, reúnem nesta semana, alguns amigos e parentes para uma roda de bate-papo para lembrar com saudades alguns fatos da vida política do tio e, ainda, mostrar parte do acervo que vem sendo guardado a sete chaves mas que deverão estar abertos para conhecimento público em data a ser definida.