Além de Gabriell Neves, estão presos Gustavo Borges da Silva e Aurino Batista de Souza Filho
O ex-subsecretário estadual de Saúde Gabriell Neves e outras três pessoas foram presas, nesta quinta-feira, durante uma operação do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC) do Ministério Público do Rio. Uma quinta pessoa é procurada. Todos tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. O grupo é suspeito de integrar uma organização criminosa visava a obter vantagens em contratos emergenciais – quando há dispensa de licitação -, para a aquisição de respiradores pulmonares utilizados no tratamento de pacientes graves com Covid-19. Além dos mandados de prisão, estão sendo cumpridos também outros 13 de busca e apreensão em endereços na capital.
Além de Gabriell, estão presos Gustavo Borges da Silva e Aurino Batista de Souza Filho. Aurino é dono da 2A2 Comércio Serviços e Representações LTDA, empresa de informática que ganhou contrato para fornecer respiradores para o estado. O nome do quarto preso não ainda foi divulgado pelos investigadores. Todos eles estão sendo encaminhados para a Delegacia Fazendária (Delfaz), da Polícia Civil – que também participa da operação -, onde prestarão depoimento. Em seguida, eles serão encaminhados para o sistema penitenciário.
Gabriell Neves foi afastado do cargo no dia 20 de abril, por suspeita de irregularidades. A investigação sobre a compra de respiradores pelo governo do estado começou no mês passado. No último dia 15 inquérito foi instaurado para “eventual superfaturamento de ao menos R$ 4,9 milhões num contrato de R$ 9,9 milhões celebrado com a empresa 2A2 Comércio Serviços e Representações LTDA”, informou o MP. Cada aparelho teria saído por R$ 198 mil, mais que o dobro do preço no mercado brasileiro.
O inquérito aponta que houve liberação antecipada de parte dos recursos para a empresa contratada. Isso mesmo com os preços mais altos e a falta de expertise dela na compra e venda de materiais hospitalares. Segundo o próprio contrato, a A2A Comércio é especializada em equipamentos de informática, informou o MP, que também investiga se o modelo previsto pela contratada é o mais adequado, segundo as especificações técnicas, para o uso em pacientes vítimas de Covid-19.
A ação realizada nesta quinta foi batizada de Operação Mercadores do Caos e tem o apoio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Sonegação Fiscal e aos Ilícitos contra a Ordem Tributária (GAESF) e de agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI).