Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, entrou com um pedido para anular dois processos disciplinares que podem resultar em sua demissão da Polícia Federal (PF). Torres é acusado de omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro e sua defesa alega que o delegado Clyton Eustáquio Xavier, responsável pelos processos, tem interesse em um desfecho desfavorável por ter sido exonerado pelo ex-ministro em 2021.

Os advogados de Torres afirmam que Xavier, ex-diretor de operações da Secretaria de Operações Integradas, foi dispensado por Torres e, por isso, estaria comprometido. A defesa também denuncia que a comissão presidida por Xavier já tinha um relatório pronto antes mesmo de interrogar Torres, e que os depoimentos de outras testemunhas não foram considerados.

Além disso, os advogados acusam a comissão de perseguir Torres nas investigações, privilegiando o depoimento do atual chefe da PF, Andrei Passos Rodrigues, em detrimento de outras testemunhas. Segundo eles, isso demonstra parcialidade e perseguição política.

A Polícia Federal ainda não se manifestou sobre as acusações. Enquanto isso, Torres, que estava de férias no exterior durante os ataques de 8 de janeiro, cumpre medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana.