A usina terá investimentos de cerca de R$ 3,2 bilhões e expectativa de gerar 4 mil empregos na região
O Governo do Estado, através das secretarias do Ambiente e Sustentabilidade e de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, formalizou, na segunda-feira (27), a licença de instalação da usina termelétrica GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra. O projeto, considerado o maior da América Latina – com capacidade instalada de 3 GW – é operado pela GNA, uma joint venture formada pelas empresas Prumo Logística, BP e Siemens. A usina terá investimentos de cerca de R$ 3,2 bilhões e expectativa de gerar 4 mil empregos na região.
“Hoje, damos início à segunda fase de um grande empreendimento para aproveitar todo o potencial do gás no estado. Essa energia que será gerada deve ser pensada e canalizada para que, daqui a 30 anos, quando houver outras formas de energia, nós tenhamos também tecnologia desenvolvida. Temos que criar demanda para que essa energia seja consumida e, para isso, é preciso investimentos em áreas como, por exemplo, a mobilidade urbana. Assumo o compromisso de preparar o Rio de Janeiro, pelos próximos três anos, para gerar uma demanda de consumo”, afirmou o governador.
Segundo o presidente da GNA, Bernardo Perseke, a usina termelétrica GNA I está com 90% das obras concluídas e a empresa tem a expectativa de iniciar a operação comercial em janeiro de 2021. Já foram gerados cerca de 10 mil postos de trabalho na região. Ainda de acordo com o Perseke, a partir da licença de instalação da GNA II, será possível iniciar a construção da segunda unidade.
“Pretendemos iniciar a construção da GNA II ainda no segundo semestre deste ano, graças a emissão dessa licença. Isso significa mais emprego para o estado. O nosso plano de investimentos contempla ainda a chegada da rota 5 no Porto do Açu e esperamos contribuir com a industrialização do Rio de Janeiro”, disse Perseke.
Rio: hub de gás
Juntas, as usinas GNA I e GNA II irão gerar energia suficiente para atender cerca de 14 milhões de residências. Quando estiver em operação, o complexo será responsável por 17% da geração térmica a gás natural do Brasil. A localização estratégica do Porto do Açu possibilitará que o Rio de Janeiro se torne um hub de gás para recebimento, processamento e transporte do gás associado, bem como exportação de grandes blocos de energia.
“Teremos no território do Rio de Janeiro uma termelétrica com capacidade de geração de energia de meia Itaipu. É um projeto de extrema importância para o estado, principalmente na questão da vazão e potencialidade de investimentos, como atração de indústria de base, de transformação e também da construção dos próprios gasodutos que vão potencializar a produção de petróleo”, pontuou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Lucas Tristão.
De acordo com o secretário do Ambiente e Sustentabilidade, Altineu Côrtes, o passivo de licenças ambientais está sendo reduzido. Para isso, a pasta está investindo na contratação de profissionais que possam dar agilidade ao processo.
“Existem muitas licenças ambientais no estado que merecem a atenção e precisamos acelerar os processos. Por isso, estamos buscando mais pessoas para atuar nos setores de licenciamento”, disse Côrtes.
A presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Clarissa Lins, lembrou do papel que o Rio de Janeiro tem desempenhado no mercado nacional.
“O estado do Rio de Janeiro tem se destacado na discussão da abertura do mercado de gás. Esperamos que seja o primeiro a regular, de maneira consistente, as novas regras do consumidor livre. Este é um empreendimento que se consolida e exerce um papel de ser uma âncora para o gás e o desenvolvimento de um grande demandador do material, que é a geração termoelétrica. Isso só mostra o enorme potencial do estado”, afirmou.