Senador Randolfe Rodrigues pede que oposição “dê tempo ao governo Lula”
Já prevendo um início de governo difícil a partir do dia 1º de janeiro, com a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a dificuldade de cumprir as escandalosas promessas de campanha, um dos principais críticos do presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Randolfe Rodrigues, já está pedindo uma trégua para a oposição. “Que se aguarde ao menos 100 dias”, disse o parlamentar.
O argumento utilizado por Randolfe para justificar essa tolerância é que os brasileiros que se manifestaram nas urnas tanto pró Bolsonaro quanto a favor de Lula “são todos brasileiros, patriotas. Quem votou em Lula e quem votou em Bolsonaro comungam dos mesmos valores”. Ainda segundo o senador: “até aqueles que querem fazer oposição devem aguardar, dar um tempo para que a oposição se concretize. É natural em qualquer democracia um período de 100 dias para avaliar e julgar”.
Como o brasileiro tem memória curta, vale lembrar que em 2018, logo após a divulgação da vitória do atual presidente Jair Bolsonaro, pelo menos em seis das principais capitais, a exemplo de São Paulo, Rio, Brasília, Porto Alegre, Fortaleza e Recife, sob a alegação de criar um panorama de “resistência” ao então futuro governo legitimamente escolhido nas urnas, convocaram protestos que alegavam à época “risco à democracia e à manutenção de direitos”. Passado esses quatro anos, esse clamor oportunista da imprensa e da esquerda não se confirmou.
Na ocasião, a cidade de São Paulo, maior colégio eleitoral do país, registrou uma manifestação que partiu do vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, e ocupou uma faixa da via, rumo à praça Roosevelt, na região da Consolação, onde reuniu aproximadamente 30 mil pessoas. O protesto foi convocado pela Frente Povo Sem Medo e pela Frente Brasil Popular, organizações formadas por movimentos sociais e centrais sindicais.
O ato com viés político foi acompanhado de perto pela Polícia Militar, onde os manifestantes gritaram palavras de ordem contra Bolsonaro: “Ele não, ele nunca, ele jamais”, retomando o lema “Ele não” uma referência a manifestações organizados por grupos de mulheres contra o presidente eleito durante a campanha eleitoral, além de gritos, tais como “Não tenho medo” e “Ninguém vai se render”.
Por Portal Novo Norte