Em seu primeiro discurso, Javier Milei destacou a difícil herança econômica recebida e sinalizou um futuro de ajustes dolorosos.
Javier Milei, o novo presidente da Argentina que tomou posse neste domingo (10), herdou da esquerda uma economia em estado crítico. O país enfrenta uma inflação de 142%, que pode superar 160% até o final do ano, e mais de 40% da população vive abaixo da linha da pobreza. A Argentina também lida com um descontrole cambial, reservas de dólares negativas em mais de US$ 12 bilhões e uma dívida bilionária com o FMI. Com o dólar Blue chegando a quase 1000 pesos por dólar, Milei, em seu primeiro discurso, destacou a difícil herança econômica recebida e sinalizou um futuro de ajustes dolorosos.
As medidas iminentes de Milei, planejadas com o ministro da Economia, Luis Caputo, e que não necessitam de aprovação do Congresso, visam atingir o déficit zero. Entre as ações previstas estão a proibição de emissão de moeda pelo Banco Central, remoção de subsídios, fim de obras públicas, liberação de preços, e ajustes no valor do dólar. Estas decisões visam estabilizar uma economia e combater a hiperinflação e a recessão, segundo análises.
Milei enfrenta o desafio de equilibrar a economia argentina e cumprir suas promessas eleitorais, mas deve enfrentar uma ação covarde da oposição para que o seu governo não dê certo. Com uma base de 55% dos eleitores, ele tem a tarefa de implementar duras reformas econômicas, lidando com a expectativa de resultados imediatos de seus apoiadores. Além disso, Milei terá que renegociar a dívida com o FMI e lidar com a complexa situação econômica do país, incluindo a falta de dólares e a necessidade de recuperar a confiança dos investidores.