Um dos primeiros setores a perder força de investimento na cidade, por conta dos efeitos da crise e recessão do mercado do petróleo no país, o saneamento ainda é um desafio que provavelmente não será superado pela gestão “da mudança”, neste derradeiro segundo mandato.
Apesar da BRK Ambiental, concessionária que assumiu no ano passado a Parceria Pública Privada (PPP) do Esgoto, antes pertencente a Odebrecht Ambiental, anunciar investimentos na ordem dos R$ 110 milhões no saneamento para os próximos dois anos, ainda é difícil para Macaé comemorar resultados significativos no serviço que representa o maior impacto do progresso desenfreado do petróleo.
Entre 2014 e 2015, os dados relativos à capacidade do município de captar e tratar esgoto, algo em torno de 40% de toda a cidade, chegou a ser um marco, digno de estratégia de marketing, para o governo que surfava na onda dos excessos e superlativos de receitas geradas pelos repasses do petróleo.
Única cidade do interior do Rio de Janeiro a investir pesado no saneamento, superando até mesmo Rio das Ostras que inaugurou o sistema de Parceria Pública Privada para o esgoto, Macaé pareceu seguir um caminho firme para recuperar a regeneração dos recursos naturais, permitindo que a Lagoa de Imboassica pudesse recuperar seu ecossistema natural, reassumindo também índices de balneabilidade.
No entanto, muito mais que a recessão do petróleo, as investigações da Operação Lava Jato foram responsáveis por jogar um balde de água fria no andamento da PPP do Esgoto, levantando dúvidas sobre esquemas que chegaram a ser denunciados por um dos delatores da Odebrecht, em depoimento à Justiça.
Como nada foi apurado a fundo, e as denúncias também não foram comprovadas, a retomada da PPP do Esgoto é evidente, a partir do momento em que o município reassume a dianteira da pujança orçamentária regional, reabastecendo os cofres públicos com excessos de royalties e de Participação Especial.
Com tudo na linha, há a expectativa de que o saneamento volte a ser um dos maiores geradores de investimentos no município, algo que só surtirá efeito positivo para os moradores locais daqui a pouco mais de quatro anos.