A prática do Pilates envolve a atenção aos movimentos, desenvolvendo a chamada Contrologia, que, ao longo do tempo, melhora a capacidade de concentração e foco. (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

A prática regular eleva os níveis de serotonina, relacionada ao humor, sono e apetite, contribuindo para o combate à ansiedade e depressão

Estudos comprovam que a prática do Pilates não apenas constitui um exercício físico, mas também se revela uma estratégia eficaz para promover a autonomia funcional dos idosos, proporcionando benefícios significativos para a saúde física e mental. Conversamos com a fisioterapeuta e instrutora de Pilates, Nayanna Tácia, que compartilhou como essa técnica pode transformar a qualidade de vida ao longo do envelhecimento.

Autonomia funcional na terceira idade

O envelhecimento é um processo natural que afeta diversas áreas da vida, como biológica, cognitiva, psicológica e física. No entanto, a prática regular do Pilates tem demonstrado melhorar a capacidade funcional dos idosos, influenciando positivamente a autonomia na realização de tarefas cotidianas.

Nayanna Tácia destaca, “A autonomia funcional significa realizar as atividades diárias com o maior grau possível de independência. A diminuição dessa autonomia pode resultar em impactos psicológicos, como casos de depressão. O Pilates surge como uma ferramenta valiosa para manter e até mesmo melhorar essa autonomia, impactando positivamente a qualidade de vida dos praticantes”.

Benefícios físicos e mentais

A concentração necessária durante a prática fortalece a mente, resultando em benefícios mentais significativos (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

O Pilates, sendo um exercício de baixo impacto, é indicado para todas as idades, proporcionando melhorias no condicionamento aeróbico, flexibilidade e tônus muscular. A prática regular não apenas reduz a incidência de quedas e riscos de fraturas, mas também promove a socialização, já que é frequentemente realizado em grupo.

Nayanna explica, “A resistência, o alongamento dinâmico, a respiração e o controle corporal presentes nos exercícios de Pilates não só beneficiam a saúde física, mas também contribuem para o desenvolvimento cognitivo. A concentração necessária durante a prática fortalece a mente, resultando em benefícios mentais significativos”.

Saúde mental

(Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Segundo a fisioterapeuta, o Pilates vai além do fortalecimento físico, também promovendo o bem-estar mental. Nayanna afirma ainda a importância da respiração no controle da ansiedade e estresse: “O Pilates trabalha muito a respiração, e atualmente, o controle da ansiedade e do estresse está diretamente ligado a uma respiração equilibrada”.

A prática do Pilates envolve a atenção aos movimentos, desenvolvendo a chamada Contrologia, que, ao longo do tempo, melhora a capacidade de concentração e foco. Essa habilidade é transferida para outras áreas da vida, melhorando a capacidade de tomar decisões e lidar com desafios diários.

Autoestima, serotonina e equilíbrio emocional

A relação entre o Pilates e a saúde mental também é evidenciada pela produção de neurotransmissores. A prática regular eleva os níveis de serotonina, relacionada ao humor, sono e apetite, contribuindo para o combate à ansiedade e depressão.

“A autoestima é um aspecto crucial trabalhado nas aulas de Pilates. A superação, a evolução gradual e a disciplina resultam em autorrealização e satisfação pessoal, fortalecendo não apenas o corpo, mas também a mente”, revelou.

Comprovadamente, o Pilates é uma prática versátil, acessível a todos, que vai além do condicionamento físico, abraçando a saúde mental e promovendo uma jornada para a longevidade com qualidade de vida. “O objetivo é envelhecer com qualidade de vida, ser jovem tendo a idade e chegar na fase idosa com vigor e autonomia”, concluiu a profisional.

Por Folha BV