Lançamento do Diagnóstico do Comércio Exterior do Estado do RJ e Cerimônia de entrega do Prêmio Rio Export - Foto Divulgação

O estado do Rio de Janeiro registrou, em 2018, a maior corrente de comércio desde 2004, totalizando US$ 54 bilhões.

 Empresas do Norte e Noroeste Fluminense foram premiadas pela Firjan por se destacarem na prática do comércio exterior. Entregue anualmente, a 22ª edição do Rio Export premiou empresas em diferentes categorias, com alto desempenho nas exportações estaduais em 2018.

 

Foram agraciadas a Corbion, indústria química, de Campos, e a Comércio de Pedras Irmão Frauches, de Santo Antônio der Pádua na categoria Destaque Firjan Internacional. A entrega do prêmio aconteceu no Rio de Janeiro. A Corbion, antiga Purac, fabrica ingredientes de base biológica. Com mais 80 anos de experiência na fermentação do ácido láctico, a Corbion está presente em Campos desde 1962 e começou a exportar seus produtos em 1967. Na mesma categoria, a empresa Irmãos Frauches foi premiada pela exportação de pedras ornamentais.

Também foram realizadas cerimônias nas representações regionais da Firjan (Norte e Noroeste), que premiaram outras empresas que também se destacaram na compra e venda de produtos no mercado internacional. São elas, M&I Eletric Brazil e Polar de Macaé, Frinense Alimentos de Itaperuna e Comércio de Pedras Paraíso de Santo Antônio de Pádua.

 

Na categoria Destaque Relacionamento Internacional, as vencedoras foram a Polar e a Comércio de Pedras Paraíso. A Polar foi fundada em 1992, com sede em Macaé e atualmente possui escritório em Londres. Fornece produtos elétricos, eletrônicos, componentes para automação e ferramentas. Já a Comércio de Pedras Paraíso atua no mercado brasileiro e internacional no comércio de pedras decorativas.

Também foi premiada a M&I Eletric Brazil , subsidiária da Stabilis Energy, empresa pública americana que atua no segmento de gás natural liquefeito (GNL) como Destaque Exportação Norte.  A empresa fornece produtos e serviços em todo o mundo por mais 70 anos.  O Destaque Exportação Noroeste ficou com a Frinense Alimentos, que comercializa carnes e conta com unidades em Trindade-GO e Hidrolândia-GO, além da sede em Itaperuna.

 

Desde o lançamento da iniciativa, em 1998, mais de 220 empresas fluminenses de diferentes setores e níveis tecnológicos foram reconhecidas pela cultura exportadora no estado.

Giorgio Luigi Rossi, coordenador da Firjan Internacional, destaca que as vencedoras de 2019 são exemplos de sucesso de estruturação para o mercado global. “O prêmio demonstra a diversidade e a especialização da pauta exportadora do Rio de Janeiro. São empresas que exportaram produtos básicos e outras que exportaram industrializados ”, analisou o coordenador.

 

O presidente da Firjan Norte Fluminense, Fernando Aguiar, destacou a importância de premiar empresas que investem no comércio exterior. “ É uma orgulho para nossa região ver empresas se destacando nessa área. Sem dúvida elas servem de inspiração para todas as empresas do estado”.

 

Diagnóstico do Comércio Exterior no RJ

O estado do Rio de Janeiro registrou, em 2018, a maior corrente de comércio desde 2004, totalizando US$ 54 bilhões. Com isso, a participação fluminense no saldo comercial do Brasil foi de 13%. O estado registrou ainda um superávit na balança comercial de US$ 6 bilhões. Os números são da quinta edição do Diagnóstico do Comércio Exterior do Estado do Rio de Janeiro, elaborado bienalmente pela Firjan.

O estudo traça o perfil das empresas fluminenses que atuam no mercado internacional, a partir de entrevistas e das bases de dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Na série história analisada, a participação do estado nas exportações brasileiras passou da quinta para a segunda posição, ficando atrás apenas de São Paulo.

De acordo com o documento, os principais bens exportados em 2018 foram provenientes da indústria de Petróleo e Gás Natural, com US$ 18 bilhões (63%), representando uma variação de 136% em relação a 2016. “Os números refletem o período de retomada da indústria de P&G, cujo crescimento foi notável”, analisa Flávia Alves, especialista em Comércio Exterior da Firjan.

Lançamento do Diagnóstico do Comércio Exterior do Estado do RJ e Cerimônia de entrega do Prêmio Rio Export

De acordo com a pesquisa, a percepção dos empresários fluminenses com relação aos entraves às exportações estava reduzindo, entretanto, esta última edição detectou aumento, atingindo 76%. Os entraves mais citados foram: Burocracia tributária, com 47%; e Custos tributários e dificuldade no ressarcimento de crédito, com 22%. Vale ressaltar que esses dois entraves vêm crescendo desde 2013. Além disso, o diagnóstico também aponta que a utilização obrigatória da Declaração Única de Exportação (DUE), no Portal Único de Comércio Exterior, tem sido bem-sucedida. Das empresas ouvidas, 82% afirmaram não terem encontrado dificuldades. “Isso mostra que o objetivo de facilitar o processo de exportação foi alcançado”, observa Flávia.

Perfil das importadoras

Quando analisado o perfil das empresas importadoras, a pesquisa detectou que 48% compram produtos finais, 28% matérias-primas e 24% importam ambos. “O que pudemos identificar é que a grande maioria das empresas fluminenses importa tanto matéria-prima quanto produto final para vender predominantemente para o mercado interno”, explica.

Sobre as mudanças dos processos de Declaração de Importação (DI) e Licença para Importação (LI) para Declaração Única de Importação (DUIMP), 52% afirmaram ter conhecimento a respeito das alterações. Em relação às expectativas com essas mudanças, 33% das empresas esperam que o desembaraço da mercadoria seja mais rápido e 21% esperam diminuir a burocracia na importação. “Os anseios manifestados pelo empresariado reforçam a importância da implementação completa do portal único para melhoria do ambiente de negócios de comércio exterior”, destaca Flávia.

Negociações multilaterais

O diagnóstico também lançou questões acerca das negociações multilaterais em curso, buscando detalhar as vantagens e desvantagens apontadas. Sobre o Mercosul, 62% indicaram vantagens com o bloco, sobretudo em relação à isenção ou redução de tarifas. “Isso demonstra a importância do governo realizar a redução tarifária de forma transparente, com a participação dos setores produtivos”, frisa Giorgio Luigi Rossi, coordenador da Firjan Internacional. Por outro lado, o percentual de empresas que enfrentaram algum tipo de problema nos processos de exportação ou importação com países do Mercosul aumentou de 18% para 38%.

Outro ponto de destaque no diagnóstico é que 68% das empresas declararam ser favoráveis à abertura do mercado brasileiro e 52% estão interessadas nas negociações que o país vem participando com o Mercosul. Os negócios que aparecem como de maior interesse são com a China, União Europeia, Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) e EUA. “É interessante observar que a pesquisa foi feita antes da conclusão dos acordos Mercosul–União Europeia e Mercosul–EFTA, o que mostra que já existia uma expectativa positiva do empresariado”, argumenta Rossi.

Na opinião de Luiz Césio Caetano, presidente do Sindicato da Indústria de Refinação e Moagem de Sal do Estado do RJ (Sindisal), 2018 foi um ano em que o mercado fluminense demonstrou seu potencial de seguir avançando. “O diagnóstico é uma iniciativa importante para reconhecer a performance do estado, e funciona também como um incentivo com o que pode vir pela frente”, avalia.

A íntegra do Diagnóstico do Comércio Exterior do Estado do Rio de Janeiro está disponível em https://www.firjan.com.br/publicacoes/publicacoes-de-economia/diagnostico-do-comercio-exterior-do-estado-do-rio-de-janeiro.htm