A partir do momento em que os presidenciáveis se sentem ameaçados em eventos públicos, seja pela opressão dos adversários, seja pelo excesso na adesão de militantes aliados, há de se perceber que o atual clima da sociedade é de tensão e medo, tanto pelo futuro do Brasil que se escreve durante o atual processo eleitoral, quanto pela falta de esperança por dias melhores.
Enquanto a ostensividade, através do fogo da bala, seja a ótica principal para as soluções esperadas pelos altos índices de violência, que assolam todas as grandes cidades brasileiras, a sociedade não será capaz de construir políticas públicas eficientes, focadas no desenvolvimento humano, na transparência e na igualdade entre os povos.
Principal defensor do “olho por olho, dente por dente”, Jair Bolsonaro (PSL) se ausentou das ruas em virtude do resultado de um ato, ou atentado, motivado pelo extremo nas ideologias política/partidária que estão pregando especialmente nas redes sociais.
Se a polarização política entre o PT e o PSDB na alternância do governo federal na década passada, é considerada o grande alicerce da atual decadência da democracia nacional, hoje, o distanciamento criado pelo discurso de a favor ou contra o armamento da sociedade, só prejudica o andamento da inflexão proporcionada pelas investidas da Operação Lava Jato, que tenta moralizar a gestão pública, sob ótica tão política quanto as discussões que envolvem o futuro da composição do Congresso Nacional.
Na reta final da campanha, há de esperar que o discurso de ódio, entre os presidenciáveis, torne-se ainda mais acirrado, especialmente no momento em que as pesquisas apontam uma diferença, de margem pequena, entre os possíveis futuros presidentes do país.
E isso vai inflamar também as relações entre militantes que polarizam ainda mais o discurso de ódio nestas eleições, tão nocivo ao futuro da democracia nacional, quanto os esquemas de corrupção que ainda correm dentro de espaços comandados por partidos políticos que tentam se perpetuar no poder.
E quanto mais 7 de outubro se aproxima, mais se espera que a decisão das urnas não deve reconhecer o que, de fato, a sociedade brasileira espera: ética, transparência, segurança e responsabilidade de quem se arrisca a assumir as rédeas da nação.