A Secretaria Municipal de Educação realizou a aula inaugural do curso de formação de Mediadores de Conflitos Escolares – Outros Caminhos, nesta quarta-feira (23), das 8h ao meio-dia, na Cidade Universitária, através da Coordenadoria de Mediação de Conflitos Escolares, vinculada à Superintendência de Ensino Fundamental e Médio, em parceria com o Núcleo de Tecnologia de Macaé (NTM). O curso destina-se a pais ou responsáveis pelos alunos do Fundamental II (6º ao 9º anos) das 21 escolas da rede pública municipal de Macaé onde a secretaria iniciou, em 2018, o Projeto de Mediação de Conflito Escolar ficando cada uma dessas unidades responsáveis pela elaboração de um projeto de convivência escolar.
Os participantes do curso atuam nas comissões de convivência, em atendimento ao termo de cooperação firmado com o Ministério Público da Comarca de Macaé, em 2017, com o objetivo de planejar e executar ações educativas para a promoção do diálogo e da convivência respeitosa no ambiente escolar. O objetivo do curso é que estejam preparados para casos de mediação de conflitos entre alunos, entre estes e professores, entre professores e pais, professores e gestores ou demais profissionais da escola.
A comissão de convivência das escolas é composta por seis representantes da direção, professor, conselho escolar, alunos, responsáveis e técnico (supervisor, orientador educacional ou pedagógico). Outros quatro encontros estão agendados, sendo dois em novembro e mais dois em dezembro, totalizando cinco encontros, sendo o último para a certificação dos participantes. As próximas aulas serão nos dias 5 (terça) e 25 (segunda) de novembro; 10 (terça) e 19 (quinta) de dezembro, quando os participantes receberão os certificados. Somente no dia 5 de novembro o curso será à tarde, das 13h às 17h, sendo mantido o turno da manhã nos demais dias e, sempre, na sala 212 do Bloco A.
A organizadora do curso e palestrante, Andréia Nobre, falou da importância da resolução de conflitos nas unidades escolares, para isto, segundo ela, funcionários, professores, alunos e pais precisam estar preparados para resolver as questões que surgem. “Mediar conflitos é um trabalho que envolve toda a unidade e há vários tipos, desde a linguagem, cultural, racial, corporal, até familiar e o bullying, entre outros. O fio condutor entre todas as pessoas é o respeito, quando isto não acontece, inicia-se o conflito”, destacou.
“Precisamos estar preparados para não ignorar as mensagens de pedido de ajuda, em qualquer sentido. E, sempre que necessário, o mediador pode ser alguém ou algum órgão externo ao problema, para tomada de decisão de forma imparcial para o melhor diálogo”, acrescentou. Ela falou sobre os princípios seguidos na atuação da Medicação de Conflitos que são, além da imparcialidade, a isonomia entre as partes, a oralidade, a informalidade, a autonomia da vontade das partes, a busca pelo consenso, a confidencialidade e a boa fé.
A programação do curso é a seguinte: Fórum de Apresentação “Prazer em Conhecer”; a Lei 13.140/2015 da Conciliação do Setor Judiciário e os desafios da aplicabilidade no ambiente escolar; abordagem das situações “motivadoras” de conflitos no espaço escolar; escutar X ouvir; a mediação em prática; relatos exitosos de mediações ocorridas nas unidades escolares este ano; autoavaliação e avaliação do curso e a certificação.
O curso nasceu a partir da solicitação, em 2017, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação (CaoEduc), dos números de ocorrências registradas nas escolas com episódios de violência verbal, física, moral, psicológica, bullying e xingamento, praticadas por integrantes das escolas. Durante esse levantamento, a Secretaria de Educação constatou o número significativo, o que levou à implementação do projeto, em 2018, com a criação da Coordenação de Mediação de Conflito Escolar. A Secretaria de Educação de Macaé adotou ações facilitadoras para a execução do projeto.