Medicina Natural propaga conhecimentos a favor da promoção da saúde integral
As doenças crônicas matam hoje cerca de 80% da população mundial. Diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas são resultado de um comportamento inadequado repetitivo. “Uma parte do que é atribuído à hereditariedade está vinculada ao que chamo de geladeira compartilhada: os filhos repetem os hábitos dos pais, comem cosias parecidas que aprenderam em casa e adquirem as mesmas doenças”, alerta o neurologista Italo Almeida.
O especialista em Medicina Integrativa alerta que a maior parte dos problemas de saúde começa com uma inflamação crônica de baixo grau que é provocada por maus hábitos como sedentarismo, níveis altos de estresse, alimentação inadequada, uso em excesso de açúcar e de sal. Reduzir essa inflamação é vital para diminuir o risco de desenvolver patologias, mesmo havendo predisposição genética. “Não somos vítimas indefesas da hereditariedade. Nosso comportamento tem mais influência que os genes no aparecimento das doenças”, alerta o diretor técnico da Neuro Integrada.
A Epigenética tem comprovado cientificamente que a hereditariedade tem influência de apenas 20% no desenvolvimento de patologias nas gerações futuras. O comportamento pode mudar o rumo da saúde muito mais que a genética. Os genes só serão ativados se tiverem o mesmo estímulo. “Se o filho desenvolve um hábito alimentar diferente dos pais, por exemplo, come mais frutas e hortaliças, os genes permanecem latentes, mas não se expressam”, reitera o médico.
A alimentação é um dos grandes reguladores dos genes. Um em cada três brasileiros consome frutas e hortaliças com regularidade. E desses somente um em quatro comem a quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS): o equivalente a 400g/dia. Um trabalho publicado no JAMA, no ano de 2014, mostrou que alimentação de má qualidade matava mais que cigarro. Em abril de 2019, a revista Lancet, uma das mais importantes publicações médicas do mundo, mostrou que o fator nutricional que mais contribui para a mortalidade é o pouco consumo de vegetais, que são ricos em sais de magnésio e potássio, e o excesso de sódio. “O sal está presente em praticamente 100% dos produtos industrializados”, alerta Almeida.
Com 37 anos de formado – 18 deles dedicados à Medicina Natural – Italo Almeida vem ministrando cursos para profissionais da área de saúde que tenham interesse em aprender mais sobre o poder de prevenção e cura dos alimentos. Médicos de diversas especialidades, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, nutricionistas têm buscado mais conhecimento sobre Medicina do Estilo de Vida e Naturologia. “Os profissionais de saúde de hoje não entendem muito de saúde, entendem muito de doença e de remédio. A formação acadêmica ocidental ensina a tratar sintomas e não a buscar origem das doenças”.
Apostar em um único alimento da moda como salvador não é o caminho. A prática clínica na Neuro Integrada tem comprovado que o consumo frequente e regular de um conjunto de alimentos melhora a saúde de uma forma geral. “Obviamente, alguns como o gengibre, a cúrcuma e o cravo da índia têm grande poder antioxidante e ajudam nos processos digestivos, algo muito importante pois proteínas mal digeridas podem provocar uma série de intolerâncias, prejudicar a microbiota e contribuir para a formação de cistos e nódulos, tão comuns hoje em dia”, explica o especialista.
Mais importante que acrescentar alimentos saudáveis é reduzir a ingestão dos alimentos tóxicos já que o alto nível de adoecimento está muito associado ao estilo de vida atual, com uma dieta farta em alimentos processados e ultraprocessados, carregados de conservantes, sal e açúcar. “O leite animal é outra grande fonte de intoxicação para nosso organismo. É o excesso de produtos químicos que intoxica o sistema. Quando retiramos os alimentos agressores, a saúde melhora consideravelmente”, garante Almeida respaldado por outros estudos sobre as chamadas Zonas Azuis (Blue Zones).
Moradores da província de Nuoro, na Sardenha; das ilhas de Icária, na Grécia, e Okinawa, no Japão; da península de Nicoya, na Costa Rica; e da vila de Loma Linda, no sul da Califórnia apresentam uma taxa altíssima de centenários – 45% superior à média das nações mais longevas do mundo. Comer menos, especialmente à noite, evitar proteína animal e manter-se ativo garantem o envelhecimento saudável. “Das cinco zonas mapeadas uma é completamente vegetariana e as outras são predominantemente vegetarianas, ou seja, consomem uma quantidade mínima de proteína animal e grande quantidade de vegetais. Não precisamos nos tornar vegetarianos, mas é recomendável aumentar o consumo de vegetais (frutas, legumes, folhas, sementes…), nutrientes ideais para nossa microbiota favorável que aumentam energia e saúde”, conclui.