O que os membros do STF falam e como se comportam reflete na imagem que a população tem do próprio Judiciário e na confiança no devido processo legal.
Numa pressa danada, o STF correu para tentar explicar as falas do ministro Luís Roberto Barroso, que em meio à empolgação de um evento de esquerda mandou essa: “nós derrotamos a ditadura e o bolsonarismo”. Pois bem, foi o suficiente para provocar o maior rebuliço nas redes sociais e nos corredores do Congresso Nacional.
Em defesa do ministro, o STF veio a público nessa quinta-feira (13) tentando amenizar o bafafá que a declaração causou. Alegaram que o ministro estava falando de “voto popular”, e não sobre a atuação do próprio Supremo e do STF nas Eleições de 2022. Barroso tomou vaia de um grupo ligado ao Partido Comunista Brasileiro que estava presente no evento da UNE.
A fala do ministro mexe com um vespeiro. É bom lembrar que quem está no STF precisa ser neutro nos assuntos políticos do país. Ao falar em derrotar o bolsonarismo, parece que Barroso deixa claro que tomou partido, o que pode ensejar uma suposta imparcialidade como juiz.
Além disso, ao usar “nós”, dá a entender que o STF, como instituição, teria derrotado o bolsonarismo. Isso não combina com o papel do STF, que é interpretar a Constituição e garantir que as leis sejam seguidas, e não ficar dando pitaco em política.
Com todo o conhecimento que o ministro Barroso tem, não dá para passar pano para uma fala dessas, encarando como algo mal interpretado. Parece mesmo é que ele deixou escapar o que pensa de verdade.
O que os membros do STF falam e como se comportam reflete na imagem que a população tem do próprio Judiciário e na confiança no devido processo legal. Por isso, é essencial que os ministros ajam com responsabilidade, evitando falar coisas que possam ser vistas como parciais ou politizadas.
Por portal Novo Norte