Confrontos pela disputa por tráfico de drogas, execuções entre inimigos de facções, corpos abandonados e tiros disparados em meio a dura realidade das principais comunidades da cidade, refletem o verdadeiro retrato da segurança pública de Macaé. E este cenário representa também o tamanho da demanda acumulada pela intervenção federal, que ainda não deu respostas definitivas para a sociedade local.
Registros de ocorrências de apreensão de grandes quantidades de drogas, munições, armas e aparelhagem que ajudam a manter a estratégia de domínio de áreas ocupadas pelo tráfico, ilustram cada vez mais as páginas de jornais e contas em redes sociais, que propagam a sensação de insegurança que paira sobre qualquer cidadão que participa da rotina do município.
Apesar dos esforços do comando do 32º Batalhão da PM, a derrota constante para a criminalidade é evidente, diante do comparativo entre o arsenal que segue sob o domínio das facções do tráfico, enquanto a segurança pública enfrenta a guerra civil com revólveres enferrujados, viaturas sem pneus e peças e uma tropa completamente desmotivada.
É fato que os desafios encarados pela Capital do Estado são bem maiores que a rotina de medo enfrentada pelo cidadão macaense. Porém, em se tratando da cidade que sustenta a maior parte da arrecadação do governo estadual, era de se esperar que os olhos das autoridades se voltassem mais para a região que concentra, não apenas riquezas, mas também desafios e mazelas.
Caminhos para encarar essa dura realidade também podem ser trilhados pela gestão pública municipal, que já demonstrou interesse de assumir compromissos ligados à segurança, uma atribuição direta do governo do Estado.
No entanto, muito mais que pagar subsídio para os policiais lotados no batalhão da cidade, é preciso garantir que as novas atribuições da Guarda Municipal, previstas em legislação federal, sejam transformadas em políticas públicas reais de segurança, uma questão que segue engavetada, por ora.
Além disso, firmar convênios que possam ajudar a equipar a Polícia Militar pode, sim, ser um avanço no setor. Macaé já tem prevista a construção de uma delegacia de homicídios. Mas, muito mais importante do que descobrir quem mata, é necessário prevenir que disparos não continuem ceifando vidas de quem se arrisca no mundo do crime, ou de quem tenta apenas sobreviver nesta selva chamada Macaé.