O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) protocolou na quinta-feira (15) um requerimento para criar uma Comissão Externa Temporária na Câmara. O objetivo é acompanhar as eleições da CBF e a transição da nova gestão, diante do que ele chamou de uma crise institucional sem precedentes na entidade máxima do futebol brasileiro.
A proposta surge após o afastamento do presidente Ednaldo Rodrigues, acusado de forjar apoio com “assinatura manipulada” de Coronel Nunes, vice-presidente da CBF. Um laudo indicou “déficit cognitivo severo” no dirigente, que estaria sendo usado para validar atos administrativos sem consentimento.
A Justiça fluminense destacou a “robustez dos indícios” sobre a fraude, que ameaça anular decisões recentes da CBF. O atual interventor, Fernando Sarney, também é alvo de suspeitas por já ter assinado acordos questionados, o que, segundo o parlamentar, representa conflito de interesses e risco à isenção do processo eleitoral.
O requerimento menciona ainda suposta “mesada” de R$ 35 mil paga mensalmente pela CBF a um escritório de advocacia ligado ao presidente da Federação Pernambucana. A quantia seria usada, segundo reportagens, para “comprar apoio político” e garantir maioria nas eleições da confederação.
Eduardo da Fonte também criticou o uso “midiático” de laudos feitos por peritos contratados por grupos internos, e alertou para o histórico de intervenções anuladas por liminares, como a que reconduziu Ednaldo ao cargo em 2023. Para ele, só uma fiscalização externa garante eleições legítimas e transparentes.
O deputado defende que o futebol é patrimônio cultural e tem impacto direto na economia, o que torna o tema de interesse público. Ele afirma que, diante dos conflitos, documentos duvidosos e indícios de “vantagens indevidas”, é urgente impedir que novas “fraudes eleitorais” comprometam a gestão do futebol nacional.