Sob a ótica do atual processo eleitoral em curso, a democracia segue bastante enfraquecida, não pelos ataques ao direito do cidadão escolher os futuros agentes públicos, mas pela falta de profundidade nos debates que envolvem a definição do que o Brasil será daqui para frente.
Com um desânimo geral que força o eleitorado a escolher a abstenção, ou os votos brancos e nulos, a indecisão das urnas não representa a qualidade que se esperava do pleito que marca os desdobramentos da Lava Jato e a limpeza, ética e moral, que o país tanto aguardava.
Do “salve-se quem puder”, sobraram 13 nomes que, dentro dos princípios cabalísticos, quase representam o fim de uma era ideológica, pautada pelo populismo e o socialismo, que transformou a máquina pública em algo privado, e não público.
Da influência dos bancos, do discurso militar, da perpetuação de projetos de poder, da aposta em uma herança partidária fragilizada e da figura da sustentabilidade, surgiram os candidatos que trocaram acusações e farpas.
É fato que o futuro da presidência da República depende muito mais da limpeza do SPC, da herança do legado de Lula, da liberação do armamento, da proteção da Amazônia, da redução das taxas de juro, ou da experiência na gestão econômica empresarial.
O que se ouve nas ruas, são os apelos de uma sociedade fragilizada pelo desemprego, pela falta de esperanças na Educação, pelo sacrifício da Saúde e pela tormenta na Segurança Pública, atribuições que não dependem exclusivamente de um governante, mas dos Estados e dos municípios também.
Com os rumos das eleições atuais, o Brasil corre o risco de elevar o poder de um futuro presidente que ainda terá que lhe dar com a renovação das cadeiras do Congresso, cujo poder é o que realmente define os passos da nação.
Por mais que haja esperança nos corações daqueles que se prontificam a defender seus candidatos, há uma maioria esmagadora de brasileiros que até às 8h deste domingo (7) seguirá até as urnas sem ter oficialmente definido o voto.
E o grande temor de todos, é perceber que essa indecisão, apontada pelo alto grau de rejeição dos candidatos, e do indicativo de votos brancos e nulos, permita que o futuro do país seja definido, não pela maioria, mas sim por uma visão bastante errada do que verdadeiramente é a democracia.