MPF instaura procedimento para apurar nomeação de Felício Laterça como superintendente da PF no Rio
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou na última semana um procedimento para apurar a indicação do delegado Felício Laterça para o cargo de superintendente da Polícia Federal do Estado do Rio.
Laterça é o delegado titular da delegacia da PF em Macaé e, segundo o procedimento, há indícios de que ele tenha relações com políticos do estado. Ainda de acordo com o documento do MPF enviado à PF, a indicação do delegado precisa ser investigada, pois já existe um outro procedimento desde setembro do ano passado questionando o contrato de aluguel do imóvel onde funciona a delegacia da PF em Macaé.
Além disso, o delegado indicado para assumir o cargo mais alto da PF no Rio é filiado ao PSC desde abril de 2016. Laterça negou que tivesse o desejo de concorrer a um cargo eletivo. Ainda que a PF no Rio esteja envolvida em todas as fases da Operação Lava-Jato no estado, que tem mirado em políticos fluminenses proeminentes, Laterça e a assessoria da direção-geral da PF informaram que não há qualquer restrição ou impeditivo legal à filiação de policial federal a um partido.
Segundo o documento, o prédio é da Prefeitura e investigações apontam que o contrato teria sido fechado em uma troca de favores onde o irmão do delegado conseguiu um cargo no gabinete do então deputado estadual Farid Abrão (PTB), por intermédio de indicação do prefeito de Macaé, Dr. Aluízio (PMDB). Atualmente, Farid é prefeito de Nilópolis.
Em nota, a Prefeitura de Macaé informou que o imóvel onde funciona a delegacia da PF foi alugado em 2006, antes da gestão de Dr. Aluízio. Ainda de acordo com a nota, a Prefeitura celebrou um Termo de Comodato com a Polícia Federal, transferindo a delegacia da antiga sede, também paga pelo Governo Municipal, para o novo prédio.
A nota também diz que investimentos em segurança pública vêm sendo uma marca da gestão municipal e que “quanto às demais conjecturas, desconhecemos as pessoas citadas”.
Laterça afirmou que a delegacia de Macaé está instalada há mais de 30 anos em prédios mantidos pelo município e que a cessão é gratuita. Ele negou qualquer contrapartida política para efetuar a escolha. “O prédio foi escolhido por questão estratégica, de segurança orgânica e de estrutura predial”, afirmou o delegado.