Movimentos sociais em defesa da cultura negra também repudiaram decisão do Executivo
Através da manifestação artística do coletivo “Raízes de Aruanda”, que faz história na luta pela resistência contra o racismo e qualquer ato de discriminação contra religiões de matrizes africanas, o repúdio ao decreto do governo, que “antecipou” o feriado do Dia da Consciência Negra, celebrado no Estado na última terça-feira (20), ganhou repercussão na rápida sessão ordinária da Câmara, na quarta-feira (21).
Como já era esperado, os integrantes da Frente Parlamentar Macaé Melhor reagiram de forma contrária a decisão do governo de decretar ponto facultativo na segunda-feira (19), mantendo o expediente normal na terça, dia do feriado.
“Quem teve a ideia de suspender um feriado, que é muito mais que um dia de descanso? A Consciência Negra representa a resistência de uma cultura negativa que ainda está impregnada no cotidiano da nossa sociedade. A data é uma reflexão de como ainda é grande a discriminação racial em nosso país e em nossa cidade. E o poder público, que deveria ser o principal defensor da igualdade, ignora por completo a importância da data”, disparou o líder da Frente Parlamentar, Maxwell Vaz (SD).
Ao também criticar a decisão de mudar a data do feriado neste ano, Marcel Silvano (PT) fez a leitura de uma poesia elaborada por duas integrantes do coletivo Raízes de Aruanda. O texto ajudou a ilustrar quanto o decreto do governo vai de contra toda a história de resistência dos negros da cidade.
“Este decreto representa a falta de sensibilidade e de interesse do governo de respeitar a história e das raízes desta cidade. É uma ignorância profunda e a agressão gratuita a memória, não só de Zumbi, mas de todos os negros que lutaram para serem reconhecidos como povo. Macaé tem a sua história marcada pela resistência, através da Lyra e de tantos nomes importantes para a construção desta cidade. E isso não foi respeitado”, disse Marcel.