Rosângela da Silva, Janja, afirmou na ONU que o Brasil sofreu uma interrupção democrática antes do terceiro mandato de Lula, mas análise dos fatos mostra continuidade do exercício do voto.
Durante a 68ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher da ONU em Nova York, na última segunda-feira, 11, a primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva (Janja), declarou que o Brasil passou por uma “interrupção na sua democracia” nos seis anos que precederam o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência. Segundo Janja, esse período caracterizou-se por um retrocesso nas políticas públicas, impactando negativamente os grupos mais vulneráveis, incluindo mulheres.
No entanto, essa afirmação contradiz as evidências de que, ao longo desse período mencionado, o processo democrático no Brasil se manteve ativo, com a realização regular de eleições e a livre troca de poder através do voto popular. Michel Temer assumiu a presidência após o impeachment de Dilma Rousseff em 2016, um processo conduzido de acordo com os mecanismos constitucionais do país. Posteriormente, Jair Bolsonaro foi eleito presidente em 2018, também através de eleições, refutando a noção de uma interrupção democrática baseada na continuidade do exercício do voto.
A crítica de Janja à falta de representatividade feminina nas discussões da ONU e a ênfase nas políticas de igualdade de gênero são pontos válidos dentro do contexto de promoção de direitos das mulheres. Contudo, ao revisitar as circunstâncias políticas e administrativas entre 2016 e 2022, fica claro que a estrutura democrática do Brasil permitiu que a população continuasse exercendo seu direito ao voto, contradizendo a afirmação de uma interrupção democrática.
Portanto, a declaração da primeira-dama na ONU sobre uma suposta interrupção na democracia brasileira não se alinha com os fatos. A transição e alternância de poder durante o período mencionado ocorreram dentro dos mecanismos democráticos estabelecidos pela Constituição brasileira, evidenciando a continuidade do processo democrático por meio do exercício do voto.
Por Checagem de Fato