Apesar desta coluna estar registrando habitualmente algumas situações que ocorrem no mundo político de Macaé ou na região, e nesse período de pandemia, terem os pré-candidatos a vereador e a prefeito, aproveitando o momento para também fazer o isolamento social ou manter o distanciamento como recomenda as autoridades sanitárias, foi tempo suficiente para que o Congresso Nacional aprovasse, por sugestão do Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luis Roberto Barroso, o adiamento das eleições deste ano, passando de 4 de outubro para 15 de novembro para o primeiro turno e dia 29 daquele mês para os municípios onde houver segundo turno. Em consequência dessas mudanças, por sinal, feitas a tempo de adequação de todo o sistema, também o calendário eleitoral sofreu alterações, mas como os pré-candidatos já estão em pré-campanha, mudou o período para as convenções partidárias que agora serão realizadas pelos partidos entre os dias 31 de agosto e 16 de setembro.
A partir daí, os partidos têm o prazo de 10 dias para o registro dos candidatos e a propaganda eleitoral começa no dia 27 de setembro. Um mês depois, 27 de outubro, deverá haver a divulgação de relatório sobre transferência de verba do Fundo Eleitoral para os partidos e todos devem ficar de olho se em Macaé vai ter algum candidato beneficiado, afinal, quem está pagando a campanha é a população, já que é financiamento público e não quer dizer que os responsáveis estarão isentos porque o prazo para prestação de contas das campanhas termina em 15 de dezembro e o julgamento das contas até 12 de fevereiro. A diplomação foi marcada para até o dia 18 de dezembro. Agora, se por algum motivo o pleito for prorrogado por alto número de infectados, poderá ocorrer, por decisão do Congresso, em estados e municípios mais afetados pela crise, até a data limite de 27 de dezembro, e partidos e coligações terão até 1º de março para questionarem irregularidades em campanhas de adversários. Portanto, fique atento.
De olho na internet
Outro detalhe que vem chamando a atenção das pessoas, como não está fácil fazer festinhas de aniversário, churrasco de confraternização, bailes e outros tipos de aglomeração para o pré-candidato se apresentar e se tornar conhecido, maneira costumeira até há pouco tempo, esta eleição será bastante diferente das outras, quando os pretensos candidatos gastavam muito (?) dinheiro com a impressão de “santinhos”, que aos milhares eram despejados nos locais de votação, para chamar a atenção dos eleitores ainda sem ter preferência arriscar o belisco num voto.
Pois é, aquela forma de campanha, desde as eleições de 2018, mudou completamente, quando a internet passou a ser o canal de aproximação entre candidatos e eleitores, com o disparo em massa de vídeos ou lives, ataques e promessas, que em ritmo impressionante massivamente chegava a grupos e aos milhões de telefones celulares, e que acabaram levando o candidato Jair Bolsonaro, na época considerado o azarão da campanha, a ganhar a preferência. Ou seja, o mundo fake já existia nas eleições de 2014 quando Dilma Rousseff foi reeleita – quem não ficou com a imagem do marqueteiro João Santana, tirando comida do prato dos mais pobres? – e acabou levando o grupo opositor ao PT, que foi o PSL, levando Bolsonaro para a Presidência da República?
Bem, o caso não parou por aí. O sistema foi intensificado pelo grupo bolsonarista que colocou a oposição nas cordas do ringue, até que o intenso ataque das fake news atingindo outros poderes da República, bem como os parlamentares, acabou sendo criada a CPMI das Fake News, tendo o STF aberto inquérito também para apurar a origem ocasionando prisões e, com isso, diminuindo os ataques. Sabe-se hoje que existe (?) o gabinete do ódio e agora as plataformas que são utilizadas para esse tipo de ataque e também de propaganda, começaram a sofrer restrições. Se alguém ou algum candidato aí, imagina que vai usar as plataformas da internet como território livre para derrotar adversários, podem anotar no caderninho que sofrerão nas garras da Justiça Eleitoral que, tarda, mas não falha. Não é à toa que muitas bancas de advogados estão se especializando nessa área que vai ser preferida dos que pretendem alcançar o poder, custe o que custar.
PONTADAS
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Causou espanto uma transmissão ao vivo nas redes sociais, quando um vereador Liéson Luiz da Silva, presidente do diretório municipal do Partidos dos Trabalhadores (PT) em Laje do Muriaé, afirmou que a campanha eleitoral da sigla na cidade em 2020 seria pautada pela defesa de duas plataformas: “fazer muito e roubar pouco”. Depois da repercussão negativa, ele entregou o cargo de direção do PT, mas continua candidato.
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As fakes news, como já informamos aqui, vão dar trabalho para a Justiça Eleitoral. E tem pré-candidato usando e abusando na internet, não só malhando os adversários, como usando as plataformas para fazer ampla campanha, como se não houvesse legislação a ser respeitada. Quem pensa que será campanha barata está enganado. Não é barato o serviço dos advogados que vem se especializando para defender as causas.
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Começaram a explodir nas redes sociais, notícias falsas – conhecidas como fake news – divulgando pesquisas a bel prazer e utilizando nomes de institutos respeitados que pretendem não deixar barato a ousadia dos que as fizeram. Interessante que, a cada rodada, um nome preferido no primeiro lugar. Mas os pré-candidatos macaenses que pretendem estar na briga, estão sempre nos últimos lugares. Parece que agora os que vieram de São Gonçalo acham que podem pegar o bonde andando…
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Até domingo