Ministro da Economia participou de premiação do Tesouro Nacional que contou com palestra do economista José Alexandre Scheinkman

O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou, nesta quinta-feira (8/12), do 27º Prêmio Tesouro de Finanças, realizado pelo Tesouro Nacional, que distribuiu quase R$ 60 mil aos trabalhos vencedores em duas categorias: “Monografias” e “Soluções”. Guedes exaltou a cerimônia de premiação, chamando-a de “celebração de economistas”, e afirmou que os dados que mostram o crescimento da economia e a melhora fiscal são “irrefutáveis”.

Entre as ações do Ministério da Economia nos últimos anos, Guedes destacou o controle do déficit público e as iniciativas para geração e preservação de empregos ante as dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19. “Mesmo em condições de profundo estresse, nós trouxemos o desemprego de 14,9% para 8,3%”, disse o ministro na solenidade de premiação, que ocorreu de forma virtual. “Quero fazer essa celebração com a turma do Tesouro aqui. Os nossos dados são irrefutáveis. Nós temos pela primeira vez em oito anos superávit primário nos três níveis de governo: federal, estadual e municipal”, afirmou, complementando que as estimativas mais recentes são de dívida pública abaixo dos 74% do PIB no fim do ano, patamar inferior ao do início do governo.

O chefe da pasta da Economia declarou ainda que o Brasil está adotando as medidas necessárias de controle inflacionário e disse acreditar que, em 2023, a economia do país pode repetir crescimento de cerca de 2,5%. “O Brasil, pela primeira vez na história, tem inflação abaixo da América do Norte, inflação abaixo da Europa, e com crescimento acima. E as revisões de crescimento mostram que o Brasil vai crescer. Cresceu 5% em 2021, e 3% já em 2022. E pode repetir 2,5% [no ano que vem], são as nossas expectativas hoje”.

“No ano que vem, com a inflação descendo, o Banco Central começa a descer os juros. E aí entra também o componente cíclico, além do componente estrutural”, completou. Guedes alertou, no entanto, “que qualquer recuo nos passos que demos, é um erro técnico, e vai cobrar um preço”.

Premiação

O 27º Prêmio Tesouro de Finanças Públicas foi dividido em duas categorias. O topo do pódio na modalidade “Monografias” foi do trabalho “Regras Fiscais em Diferentes Cenários Econômicos: Uma Análise de Choques Contracionistas Sobre as Contas Públicas”, de Cássio da Nóbrega Besarria, Wellington Charles Lacerda Nóbrega e Diego Pitta de Jesus. O prêmio é de R$ 25 mil para os autores.

Já na categoria “Soluções”, o campeão foi o trabalho “Panorama do Legislativo Municipal”, de Florian Augusto de Abreu Coutinho Madruga, Gabriele Lima Gomes, Hugo Bartolomeu Ferreira e Danilo Freire de Holanda Paiva. O prêmio é de R$ 10 mil.

Todos os vencedores, o que inclui segundo e terceiro lugares, serão divulgados em canais oficiais do Tesouro Nacional, como o portal Tesouro Transparente (no caso da modalidade “Soluções”) e a revista Cadernos de Finanças Públicas (para a produção acadêmica).

Mais de 2.300 trabalhos

O secretário especial de Tesouro e Orçamento, Julio Alexandre Menezes da Silva, destacou a relevância do concurso organizado pelo Tesouro Nacional. “Já estamos na nossa 27ª edição. É muito importante essa forma de envolver pesquisadores para buscar soluções inovadoras e consistentes. Ajuda bastante a nós aqui, gestores, que estamos enfrentando e apagando os incêndios no dia a dia. Temos que tomar decisões para condução da política fiscal. É muito importante ter prêmios nessa direção e nessa linha”, disse.

O secretário do Tesouro, Paulo Valle, observou que a premiação tem sido realizada desde 1996 de forma ininterrupta. Na visão dele, um dos principais benefícios da iniciativa é a expansão das fronteiras do conhecimento na área de finanças públicas. Desde a criação, já foram submetidos ao Tesouro mais de 2.300 artigos e monografias ao longo de quase três décadas.

“É muito orgulho para o Tesouro Nacional participar dessa cerimônia. Conforme a gente já mencionou, é a 27ª cerimônia. Desde 1996. E são cerimônias que a gente vem fazendo, esses prêmios vêm sendo oferecidos ininterruptamente durante esses 27 anos. Desde o início, o objetivo do Tesouro Nacional foi expandir as fronteiras do conhecimento em finanças públicas, promovendo uma normalização de temas complexos, mas consistentemente com o apoio da pesquisa científica. Esse é o prêmio que temos orgulho de falar que é o mais longevo do setor público, em todos os níveis de poderes”.

Palestra sobre economia verde

Após a divulgação dos vencedores, o economista José Alexandre Scheinkman, professor na Universidade de Columbia, deu uma palestra intitulada “Brasil Como Potência Verde”.

Na apresentação, ele falou sobre perspectivas promissoras para o país na área do desenvolvimento sustentável e economia verde, como a questão do mercado de carbono. Em um dos trechos, o especialista defendeu que o reflorestamento na Amazônia precisa estar associado à criação de empregos no campo.

“Se nós substituirmos a agropecuária na Amazônia pelo reflorestamento, nós temos que garantir empregos. E uma maneira de gerar emprego para os que hoje estão na agricultura é criar condições para produtos nativos que não afetam a floresta, como açaí e cacau, incluindo [seu] beneficiamento na Amazônia”, afirmou.

“Acho que é muito importante não só criarmos as condições para esses produtos serem cultivados, mas também para beneficiar o produto na Amazônia. É muito melhor do que montar motocicleta”, concluiu Scheinkman.

Por Portal Novo Norte