A vida é feita de muitas experiências simples… a nossa mente é tomada por muitos objetivos que, muitas vezes, servem muito mais para nos confundir e nos aprisionar…
A natureza é feita de uma maneira tão simples… mas, tão complexa… assim a abelha que busca o néctar de uma flor…. a flor que abre as suas pétalas para se fazer um corpo, uma casa para a abelha visitar… existe algo de abelha na flor… e existe algo de flor na abelha… as duas, juntas, tecem a composição da vida…
As duas fazem acorde, juntas, para continuarem vivas…Assim nos ensina o poeta Goethe…
Buda nos fala sobre a imagem da abelha e da flor… a sabedoria de uma vida onde a abelha que recolhe o néctar, visitando as pétalas e as partes mais profundas da flor…, mas, ela não incomoda a cor das suas pétalas… não incomoda os perfumes da flor… este é o movimento inteligente da natureza e da vida…
Podemos aprender com a simplicidade da natureza… aprender a sentir o presente que está diante de nós e que nos revela a vida se fazendo em pequeninos gestos… os ventos que podem tocar a areia da praia… sentir esta imagem… talvez, nos sirva para que possamos aprender como tocar as pessoas com nossas palavras… tocar as pessoas com palavras que não sejam flechas… aprender a sabedoria de sentir o presente… e em sua simplicidade… buscar os caminhos que façam sentido…
Desenvolver a capacidade de selecionar aquilo que é realmente importante para a nossa vida. Percebendo aquilo que faz sentido. Sentido aquilo que não faz mais sentido. Compreender que nem tudo sairá da forma como idealizamos. Compreender que existem situações que não dependem de nós. Buscar seguir adiante naquilo que só depende de nós. Isso aprendi com Sêneca, filósofo estoico.
Construir a simplicidade da vida será desenvolver a capacidade de cultivar caminhos de vida onde a sensibilidade possa estar sempre sendo ativada.
Assim, podemos aprender a viver o presente… com muitos professores da natureza… aprender a ser zen com os gatos quando eles se espreguiçam… com os pássaros em seus voos… e que nos ensinam a voar, sentindo os ventos que fazem corpo em nossa pele… tocar a pele de uma pétala, sentindo os seus caminhos, sentindo as suas texturas… simplesmente sentir…
Talvez, este seja um caminho possível para se viver com simplicidade, pois, ao contrário, a vida se torna um caminho a ser preenchido com tantas ocupações repetidas e que não trazem mais prazer.
Desenvolver a capacidade de sentir… coisa rara nos tempos de hoje! O que vê-se é o contínuo desejo de se fazer muitas coisas na vida… mas, com o tempo, a vida se torna mecânica, sem sentido, enfadonha… uma vida pálida de afetos… Uma vida apática!
Quem sabe um pouco de outros temperos possam ativar a sensibilidade de uma vida feita de pitadas de simplicidade?
Aprender a sentir a simplicidade da vida… que se faz aqui-e-agora… diante de nós…
Abraço,
Paulo-de-Tarso