No mesmo período do ano passado, foram feitas 40 ocorrências, contra 91 notificações este ano, ou seja, um aumento de 127%
O roubo de celulares vem crescendo nas ruas de Macaé. Os dados são do Instituto de Segurança Pública (ISP), coletados entre janeiro e março dos anos de 2018 e 2019. No mesmo período do ano passado, foram feitas 40 ocorrências , contra 91 notificações este ano, ou seja,um aumento de 127%.
Forças de segurança não têm dúvida em apontar o maior vilão para essa alta: o mercado clandestino que vende peças e aparelhos está em alta.
Uma das maiores cidades do interior, segue uma tendência percebida no estado de uma maneira geral. Nos últimos dois anos foram registrados, 512 casos em 2018, e em 2017, foram 461 deste tipo de crime. Os números para 2018 são altos e representam que a cada dois dias um aparelho foi roubado nas ruas.
Com um detalhe: este ainda é um crime que parece ser subnotificado, pois nem todos vão até a delegacia fazer o registro de roubo. Ângela Almeida, por exemplo, teve um celular roubado no terminal de ônibus no Lagomar.
“Eu já fiquei muito brava com a situação, pois estava andando no terminal conversando com uma amiga pelo celular quando ele me foi tomado. Ainda tive de ligar para minha amiga depois para avisar que estava bem. Preferi comprar outro e deixei para lá”, disse.
No caso de Ângela há ainda um outro problema, que pode agravar ainda mais a situação. Sem a ocorrência, as forças de segurança ficarão sem dados mais concretos sobre o crime.
No entanto, a vítima também não bloqueou o celular, que ainda poderá ser vendido no mercado negro. É que pouca gente ainda conhece o IMEI, que é a sigla em inglês para Identificação Internacional de Equipamento Móvel. Trata-se de um código único que vem junto com o aparelho no momento da compra e que serve como uma espécie de Carteira de Identidade do celular.
Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telefonia), quando um roubo de telefone é denunciado e o IMEI do celular é informado à operadora, esse código é marcado como inválido e o celular não pode mais ser habilitado.
“Fui assaltado num dia de semana, por volta das 22h, no Centro de Macaé, por dois assaltantes que estavam em uma moto. Eles pararam um pouco à frente e um deles veio até mim e anunciou o assalto. Levou uma pequena soma de dinheiro e meu celular. Não lembro se fiz a ocorrência, mas liguei para bloquear o celular por meio daquele código que vem de fábrica”, disse um estudante que preferiu não se identificar.
Segundo ele, o criminoso ficou de frente, enquanto o outro ficou atrás tentando encurralar. “Eles começaram a gritar para dar o que tinha em dinheiro e eu entreguei os R$ 30 que eu tinha no bolso. Tentei fazer o BO, mas a policia estava em uma operação de drogas e não pôde me atender, acabei deixando pra lá”, contou.