Ontem, o ex-chefe do Departamento Operacional (DOP) da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Jorge Eduardo Naime, testemunhou perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do dia 8 de janeiro. Naime revelou que tentou entrar em contato com Ricardo Cappelli, o interventor federal na época, porém não obteve resposta.
Mesmo estando de folga, Naime foi convocado para comparecer à Praça dos Três Poderes após os protestos resultarem em atos de vandalismo. Foi Cappelli quem foi designado como interventor naquele dia. Segundo o coronel, ele recebeu uma ligação de Fernando Neto, assessor do PT para a transição de governo, pedindo para que o mantivesse informado sobre os acontecimentos. Naime então se dirigiu à Esplanada e recebeu a informação de Neto de que a intervenção tinha sido decretada, sendo-lhe fornecido o número de contato de Cappelli. Apesar de suas tentativas de ligar, o ex-chefe do DOP não obteve resposta do interventor e também não recebeu resposta a uma mensagem que enviou.
Na sequência dos eventos do dia 8 de janeiro, Naime foi exonerado em 10 de janeiro, com a própria assinatura de Cappelli em seu documento de exoneração. Durante seu depoimento, o policial revelou que havia um plano de operações para a manifestação que já estava agendada, e que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) possuía informações detalhadas sobre os protestos às 10h daquele dia, mas que nenhuma providência foi tomada.
Por portal Novo Norte