Objetivo da visita é chancelar Geoparque Aspirante Costões e Lagunas como atrativo mundial
Na próxima semana, entre os dias 22 e 26 de julho (segunda a sexta), o Geoparque Aspirante Costões e Lagunas da Costa do Sol do Rio de Janeiro recebe a visita dos avaliadores da UNESCO, Artur Sá (Portugal) e Miguel Cruz (México). A dupla irá analisar as condições para conceder ao conjunto de atrativos naturais e culturais da região o título de Geoparque Mundial da UNESCO, chancela de prestígio internacional que valoriza boas práticas de gestão territorial, reconhece o patrimônio existente e promove o desenvolvimento local. “Eles irão conferir e avaliar o Dossiê entregue em novembro de 2023 além das ações que estamos realizando quanto a sinalização turística do Geoparque nas 16 cidades integrantes, material distribuído nos pontos de informação turística, nas escolas e outros. Estamos muito otimistas”, conta Marco Navega, presidente do Condetur Costa do Sol (13 Municípios), entidade coordenadora da visita, juntamente com o Contur da Costa Doce (3 Municípios) e o Conselho Gestor do Geoparque orientados pela Professora Katia Mansur da UFRJ. O Geoparque reúne 16 municípios da região, indo de Maricá a São Francisco de Itabapoana, passando por Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Carapebus, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Macaé, Maricá, Quissamã, Rio das Ostras, São João da Barra, São Pedro da Aldeia e Saquarema.
Criado em 2011 e com área de quase 11 mil km², o Geoparque Aspirante Costões e Lagunas soma mais de 460 km de litoral, indo de Maricá à São Francisco de Itabapoana. Compreende áreas de interesse científico, didático e pedagógico, turístico, histórico, pré-histórico, cultural e ecológico, espalhando-se por 16 municípios. Cerca de 15% de toda a área corresponde à Unidades de Conservação municipal, estadual ou federal, além de espelhos d´água de lagoas e lagunas além de rios de grande importância hídrica para o Estado e a Região.
O objetivo da criação do geoparque e da busca por chancelas mundiais é a conservação de uma área com beleza e conteúdo geocientífico singular. O sítio compreende costões com mais de dois bilhões de anos de história geológica, flora e fauna endêmicas e lagunas hipersalinas. Vestígios arqueológicos e sítios de interesse histórico e cultural também fazem parte do geoparque, em especial, os relacionados às primeiras povoações brasileiras, à exploração do pau-brasil, à invasão francesa em Cabo Frio e ao caminho dos Jesuítas.
Riquíssima, a região foi registrada nas passagens de naturalistas como Charles Darwin, príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied e Saint-Hilaire. E ainda tem os faróis, as histórias dos naufrágios, as construções tombadas, as lendas e os mitos contadas pela população caiçara e quilombola.