Após meses de discussões sobre a reforma política e os impactos da Operação Lava Jato no cotidiano da democracia nacional, eis que retorna às mãos da sociedade o poder de definir os rumos da administração pública do país, dentro de um cenário bastante nocivo para as mudanças que ainda são almejadas pela população.
Com 12 candidatos à presidência da República, sendo um deles encarcerado pela corrupção, o quadro de candidatos deixa a desejar, mediante a vontade do eleitorado em conhecer algo novo. Talvez altas apostas não tornariam o futuro da nação mais seguro, ou menos instável.
Da eterna batalha entre o PT e o PSDB, não sobrou nenhum dos personagens que deram origem à verdadeira crise ética e moral que o país encarou ao longo dos últimos quatro anos, período em que o segundo impeachment marcou a história da democracia nacional, e que diversas máscaras foram arrancadas pela Lava Jato da face de verdadeiros lobos em pele de cordeiro.
Hoje, apesar de conhecidos por grande parte do eleitorado, os candidatos que se apresentam como potenciais presidenciáveis possuem opiniões e posições distintas e divergentes, algo que até poderia ser positivo para a decisão das urnas.
Porém, com discursos fabricados pela ignorância, utopia e apelativos, o debate político no Brasil foi reduzido aos “memes” das redes sociais, a flagrantes de declarações fragmentadas em filmagens por celular e a polarização de ideologias religiosas, que conseguem deturpar até mesmo as interpretações do que está escrito nos livros sagrados.
Por mais que a opinião de todos precise ser respeitada, há a necessidade de se criar um parâmetro sobre os discursos, que precisa ir além da abordagem sobre as “Fake News”, algo que também não pode ser taxado pelo Judiciário, um poder amplamente influenciado pela velha política.
O que se trata hoje no Brasil é a construção de um país verdadeiramente forte, capaz de garantir a projeção de uma sociedade produtiva, com emprego de verdade, capaz de sustentar a própria economia, sem camuflar indicadores da inflação através da intervenção direta do governo.
O discurso vazio dos candidatos não significa a mudança no conceito democrático nacional, algo que está distorcido e que pode sim dar à nação o rumo não desejado pela sociedade, que precisa ir às urnas para fazer a diferença.