A declaração do secretário de Estado americano, Marco Rubio, sobre a possibilidade de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes jogou Brasília num clima de tensão. Em resposta, o governo Lula iniciou articulações discretas com autoridades dos Estados Unidos. Conforme publicado no blog de Andrea Sadi, as conversas ocorrem em “alto nível” e foram motivadas por temores sobre os efeitos da Lei Magnitsky, usada contra violações de direitos humanos.

Durante audiência no Congresso dos EUA, na terça-feira (21), Rubio afirmou que há “grande possibilidade” de sanções contra Moraes. A fala causou desconforto no Itamaraty, que enxergou uma tentativa de interferência em assuntos internos. Ainda assim, diplomatas defendem o “pragmatismo” nas relações com os EUA, destacando que os interesses comerciais entre os dois países devem prevalecer.

O nome de Moraes aparece com frequência nos discursos de aliados de Donald Trump. O deputado Cory Mills chegou a afirmar que o Brasil vive um “retrocesso alarmante” em direitos humanos e questionou se Bolsonaro estaria prestes a se tornar um “preso político”. Rubio respondeu dizendo que sanções contra Moraes estão sendo seriamente consideradas pelo governo americano.

Alexandre de Moraes é relator da ação penal que acusa Bolsonaro de tentativa de golpe após as eleições de 2022. A denúncia já foi aceita pelo STF, e o processo caminha para o julgamento da Primeira Turma. Nos bastidores, a fala de Rubio acendeu um sinal vermelho no governo e no Supremo, que agora correm para tentar reverter o desgaste internacional gerado pelas acusações.