Malim Azul mantém investimentos no Norte Fluminense que deverão gerar 1.500 empregos na obra
No meio de tantas notícias ruins no campo do emprego no país, um alento vem do mercado de gás. A Shell, Mitsubishi e Patria Investimentos anunciaram, nesta semana, que manterão o investimento de US$ 700 milhões (cerca de R$ 3,5 bilhões) na termelétrica Marlim Azul, em Macaé, no Norte Fluminense. No pico das obras, o empreendimento vai gerar 1.500 empregos diretos. Para o presidente da Frente Parlamentar para o Desenvolvimento Sustentável do Petróleo e Energias Renováveis (FREPER), deputado Christino Áureo, é preciso acelerar o trâmite do Projeto de Lei 6.0407, a chamada Nova Lei do Gás, que regulamenta o setor e colabora para aquecer o mercado de gás, especialmente no momento pós-pandemia.
– É muito satisfatório ver empresas que acreditam no futuro do país. Para isso, temos que acelerar a aprovação de leis que estabeleçam um mercado competitivo e atraente, a fim de trazer novos investimentos como este. É nisto que estamos trabalhando na Câmara – afirma Christino Áureo.
A Marlim Azul será a primeira usina a utilizar o gás natural produzido nos campos do pré-sal. Para tal, é preciso fazer investimentos não só na usina, mas também em infraestrutura de transporte, com a construção de 22 km de gasodutos, ligando o terminal de gás de Cabiúnas até a usina e uma linha de transmissão. A Nova Lei do gás oferecerá segurança jurídica para obras como esta. Para o diretor de relações institucionais da Shell, Flavio Rodrigues, o papel da FREPER tem sido fundamental.
– A regulamentação do mercado de gás cria regras mais claras, importante para novos empreendimentos. O deputado Christino, à frente da FREPER, está muito envolvido na aprovação do projeto de Lei. Está claro que, com mais infraestrutura para o escoamento, com mais oferta de gás natural, haverá um mercado mais competitivo, com melhores preços. Tanto a Câmara quanto o Ministério das Minas e Energia estão cientes da necessidade desta legislação.
Lei do gás atrairá novos investimentos
Segundo Flavio, hoje o mercado de gás responde por apenas 12% da matriz energética do país. Ele acredita que, com uma legislação clara, será possível que o segmento tenha maior participação. Só a Marlim Azul terá capacidade de gerar 565 MW, suficientes para atender o consumo de energia de dois milhões de pessoas. Segundo o deputado Christino Áureo, a abertura do mercado é fundamental para promover uma oferta maior, barateando os custos do gás natural para indústrias e para o consumidor final.
– Hoje, 92% de toda a produção de gás está na mão da Petrobras. O texto do Projeto de Lei produz uma maior abertura, estimulando a entrada de novos fornecedores e principalmente, torna o setor de transporte de gás mais transparente, regulamentando as atividades de comercialização. O pré-sal está aumentando muito a oferta do produto no país, e a Petrobras não tem capacidade para investir tanto na sua exploração. É preciso atrairmos novos empreendimentos. E é muito reconfortante que, mesmo com a crise da pandemia, tenhamos empresas como a Shell e seus sócios, que acreditam no futuro do nosso país – avalia Christino.
Para a diretoria da petroleira, até 2023, data do término das obras da termelétrica, o consumo de energia estará estabelecido, e o país terá se recuperado. Por isso, estão mantendo o cronograma para honrar a entrega térmica.