Ser aluno transborda os limites da sala de aula
Em geral, os dicionários definem a palavra “estudante” como a pessoa que estuda algo em algum estabelecimento de ensino. Entretanto, os significados para a palavra não cabem na potência do ser, em prática, estudante. Comemorado neste domingo, 12, o Dia do Estudante também nos remete para a reflexão do sentido transitório de ser aluno.
“Acredito que o ser estudante não é um processo rígido, que termina com as graduações. Ele acontece no dia a dia também. O ser estudante é um estado eterno de aprendizado. Posso aprender com os meus filhos, com meus pais, com minha esposa, por exemplo”, defende o psicoterapeuta Iarodi Bezerra, 37 anos.
Para o profissional, que ressalta o sentido primordial de ser estudante – aquele que aprende em um ambiente educacional – a ação de ser aluno transborda os limites da sala de aula, também se estabelecendo entre dois ou mais indivíduos em qualquer situação onde haja troca de saberes, costumes e tradições.
“O espaço acadêmico é importante porque ele é o começo. É o começo da troca, onde hierarquicamente tem o professor e outra pessoa está ali para absorver. No entanto, não é uma nomenclatura habitual nas relações pessoais, neste ponto fica implícito. Então, ser estudante fora da escola é um conceito “invisível”, comenta Iarodi.
Nesse sentido, pode-se compreender a vida como palco de significantes aprendizados constantes. A auxiliar administrativa Célia Benildes, de 58 anos, frequentou um ambiente de ensino somente até a quarta série. Mas, como ela mesmo diz não parou de aprender e, também, de ensinar. “A gente também aprende muito com a vida, não é? Eu creio que o conhecimento também é dar e receber aquilo que vivenciamos e colocamos em prática no dia a dia com as nossas experiências. Acho que na vida tudo é um aprendizado”, opina Célia.