Mesmo com cerco fechado na localidade, moradores temem novos confrontos entre criminosos e militares
Os confrontos entre traficantes pelo domínio de pontos de venda de drogas têm tirado o sono dos moradores de Macaé. A Polícia Militar ocupou as comunidades em que foram registradas as trocas de tiros, mas especialistas revelam que é preciso investir em inteligência.
A população viver atormentada pelo medo diante dos confrontos entre traficantes. A cada confronto, o registro de mortes. Nas primeiras duas semanas do mês de março, três pessoas foram mortas, sendo cinco feridas por bala perdida. Somente no mês de fevereiro foram registrados 18 assassinatos.
A Polícia Militar tem reforçado o policiamento ostensivo nas comunidades para reduzir os índices.
O caveirão da Polícia Militar é uma das ferramentas utilizadas no combate à criminalidade. Desde os confrontos entre traficantes de facções criminosas rivais a polícia tem atuado com o carro blindado no bairro Novo Horizonte.
Segundo o comandante do 32° BPM de Macaé, André Oliveira, além da ocupação no bairro, os agentes da PM montaram também um cinturão de segurança na Favela da Linha, no bairro Cajueiros, onde ocuparam trecho das Ruas Teixeira de Gouveia e da Jandira Perlingeiro. Os policiais também montaram cinturão nas comunidades Malvinas e no Lagomar com a presença das torres blindadas.
Os confrontos entre traficantes e até mesmo contra a PM têm sido constantes nas comunidades. Os criminosos querem aumentar cada vez mais o domínio de território pelo tráfico de drogas.
No último fim de semana houve um intenso tiroteio na Favela da Linha, no bairro Cajueiros.
Marlon Victor Ramos, de 20 anos, foi morto no confronto e um homem baleado. Carlos Vinícius Ramos, de 20 anos, foi morto no Novo Horizonte. Uanderson Anchieta, também de 20 anos, foi executado ao sair de um clube, no bairro Miramar.
O cientista Político, Júlio Boldrini, explica que o valor investido da Polícia Militar em inteligência foi muito abaixo do necessário.
“O sistema da PM está defasada e os militares não conseguem executar o trabalho com sucesso”, disse Boldrini enfatizando que as ocupações são medidas pontuais para o enfrentamento à violência, mas estratégias de inteligência devem ser estudadas pelos órgãos de segurança pública.