O capitão reformado Eliezer Francisco dos Santos é oficialmente Assessor Técnico de Comunicação Social, com formação em computação e passagens pelo Centro Integrado de Telemática do Exército (CITEX) e pelo Centro de Pagamento do Exército (CPEX).
O pai de hacker Thiago Eliezer Martins Santos, conhecido como Chiclete que atuou com Walter Delgatti Neto, é membro das forças armadas. Chiclete foi condenado a 18 anos e 11 meses de prisão por envolvimento em associação criminosa e invasão de celulares, sendo descrito pela Polícia Federal como o indivíduo com “maior expertise em crimes cibernéticos” na Operação Spoofing. Recentemente, ele também esteve sob investigação em relação à deputada Carla Zambelli, acusado de forjar alvarás de soltura.
O capitão reformado Eliezer Francisco dos Santos, pai e sócio do hacker, é oficialmente Assessor Técnico de Comunicação Social, com formação em computação e passagens pelo Centro Integrado de Telemática do Exército (CITEX) e pelo Centro de Pagamento do Exército (CPEX).
Pai e filho compartilham também uma sociedade em um restaurante localizado em um shopping de Taguatinga, cidade-satélite de Brasília. De acordo com a Polícia Federal, esse estabelecimento comercial foi utilizado para receber aproximadamente R$ 172 mil provenientes do esquema de fraudes liderado por Walter Delgatti. A PF considera Thiago Eliezer como o membro mais experiente em crimes cibernéticos do grupo que invadiu os celulares de autoridades da Lava Jato, destacando movimentações financeiras ilícitas que superam R$ 1,2 milhão, dos quais R$ 940 mil foram para sua conta pessoal e R$ 297 mil na conta do restaurante que ele compartilha com seu pai capitão.
Questionado sobre o vínculo familiar, o Centro de Comunicação do Exército declarou desconhecer a relação e afirmou que até o momento não há nada que desabone a atuação do militar. Entretanto, é intrigante o fato de que o próprio Capitão Eliezer não tenha comunicado essa relação à cúpula do Exército em 2019, quando o caso da Vaza Jato veio à tona, levando à prisão de seu filho. O caso levanta questões sobre a transparência das atividades do capitão e de seu filho Thiago Eliezer, especialmente em relação às investigações sobre a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ressalta-se que Walter Delgatti alegou ter ido ao Ministério da Defesa após ser levado por Carla Zambelli e teria discutido o relatório sobre a segurança das urnas eletrônicas. No entanto, o governo negou ter registros da entrada do criminoso, citando imagens de circuito interno que são sobrepostas a cada 30 dias. Isso levanta a curiosidade dos membros da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para verificar se há algum registro de entrada de Thiago Eliezer ou de seu pai no local.