Jair Bolsonaro recebeu a coluna para uma conversa na suíte do hospital Vila Nova Star, em São Paulo
Na manhã de terça-feira (12), uma conversa foi concedida à coluna no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, a Jair Bolsonaro, que se submeteria, no dia seguinte, a uma cirurgia para corrigir hérnia de hiato e desvio de septo. Na suíte hospitalar, a reunião transcorreu na presença dos advogados Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação de seu governo, e Paulo Cunha Bueno, bem como de um assessor pessoal. Durante o intervalo entre o almoço e os exames pré-operatórios, abordou-se um leque de temas, incluindo as acusações que pesam sobre ele, a delação premiada de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, suas ponderações sobre a possibilidade de retornar à Presidência e suas apreensões quanto à prisão e à morte.
Assim que o gravador foi ativado, antes mesmo de se formular a primeira pergunta, a negação foi proferida por ele no que tange à suposta participação em uma tentativa de golpe no Brasil. “Desde que assumi [como presidente], fui constantemente alvo de acusações de aspirações golpistas, em virtude da composição do meu ministério [com diversos militares em posições-chave] e das minhas posturas enquanto parlamentar [em apoio ao golpe de 1964]. Todavia, não há evidências de qualquer situação na qual eu tenha agido fora dos limites da Constituição. Nenhuma. Não teria sentido, após o segundo turno [das eleições de 2022], eu empreender tal empreitada [tentar liderar um golpe]. Isso seria ainda mais incoerente no 8/1. Àquela altura, eu já havia perdido qualquer relevância, encontrando-me fora do Brasil.”