Presidente boliviano anunciou que reservas de gás natural do país de esgoraram.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou nesta sexta-feira um cenário preocupante para o país sul-americano: suas reservas de gás natural foram completamente exauridas, o que resultará na interrupção das exportações de gás para Argentina e Brasil. Esse revés terá implicações graves na economia boliviana, que já enfrenta desafios significativos. Pelo Gasoduto Brasil-Bolívia, o Brasil importa 30% do gás natural liquefeito (GNL) que consome.
Arce, que ocupou o cargo de ministro da Economia durante o governo de Evo Morales, apontou que as exportações de gás, que outrora proporcionavam recursos para governos e prefeitos, estão agora esgotadas, deixando um vácuo financeiro considerável.
Durante o período em que Luis Arce era ministro da Economia, as reservas de gás natural, acumuladas ao longo dos governos anteriores, foram intensamente exploradas, especialmente após a descoberta de vastas bolsas de gás. O auge das exportações de gás atingiu 60 milhões de metros cúbicos por dia, gerando receitas superiores a US$ 35 bilhões.
No entanto, os recursos não foram adequadamente investidos, e agora a Bolívia enfrenta a perspectiva de se tornar completamente dependente das importações de gás a partir de 2029. Isso agravará os desafios financeiros do país, que já gasta bilhões de dólares em importações de gasolina e diesel.
O governo boliviano está correndo para evitar multas por não cumprir contratos de exportação, pois, segundo os acordos atuais com a Argentina, as exportações deveriam continuar até 2026. A Bolívia está propondo um contrato “interrompível”, o que significa que só enviará gás quando disponível.
Essa situação coloca em risco o fornecimento de gás para o norte da Argentina. Enquanto isso, os observadores notam a ausência de um “mea culpa” por parte do presidente Arce em relação à política petrolífera adotada durante o governo Morales, que nacionalizou o petróleo em 2006.