A Azul retomou neste mês de setembro a venda de passagens aéreas de Campos, Macaé e Cabo Frio para a cidade de Fort Lauderdale, na Flórida, na costa sudeste dos EUA. Mesmo com sua fronteira fechada para turismo e exigência de quarentena de 14 dias fora dos EUA (medida que será suspensa a partir de novembro, incluindo aos brasileiros, segundo anunciado hoje pelo governo Joe Biden), sem contar a grave crise econômica no Brasil, é uma prova da pujança da região da Bacia de Campos, que os três municípios do interior fluminense integram. Saindo dos aeroportos de Campos, Macaé e Cabo Frio, as conexões são feitas nas cidades do Rio de Janeiro, de São Paulo, ou de Campinas, com destino final à Flórida.
Geógrafo e consultor especializado em estatística e desenvolvimento regional, William Passos tem se dedicado ao estudo da Bacia de Campos, para sua tese de doutorado no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ippur/UFRJ). O acadêmico é um dos que mais dominam as estatísticas da região, após cursar um ano na Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE. Para ele, a retomada dos voos da região com os EUA é fruto também do monopólio da Azul:
— Com a decadência de companhias áreas como a Gol e a Latam, também por conta da crise da pandemia da Covid, a Azul pode monopolizar os voos da região da Bacia de Campos, como tem feito em várias outras regiões do interior do Brasil. Só assim, aeroportos que seriam naturalmente competidores, como os de Campos e Macaé, municípios distantes por apenas duas horas de carro, podem passar a ser complementares. É uma prova também da importância econômica da região da Bacia de Campos, que começa a retomar suas atividades, parcialmente interrompidas durante a pandemia — explicou o geógrafo William Passos, que no último sábado (19), foi personagem de matéria da Folha da Manhã, feita pela jornalista Joseli Mathias, sobre a projeção do crescimento populacional de Campos e região.