Há algumas semanas publiquei aqui o artigo “The petroleum is ours, Brazil first!”. Ali eu defendia que o Brasil deveria urgentemente pesquisar novas bacias sedimentares a fim de aumentar as reservas de petróleo. Com isso, além de garantir o abastecimento nacional, capitalizaria as diversas empresas nacionais para investirem em dispendiosos projetos de energia limpa.
A minha posição nada tinha de original, apenas acompanhava os movimentos das empresas de petróleo de países do primeiro mundo. Isso, evidentemente, contraria os ambientalistas mais radicais que parecem acreditar numa utópica mudança energética instantânea e não numa desejável, e possível, transição energética. Eu contrariei aqueles que, querendo ser a palmatória do mundo, pregam a cessação total e imediata da indústria petrolífera nacional, entre eles muitas ONGs internacionais.
Eu pensava nunca mais voltar a esse assunto, mas diante de matéria amplamente divulgada na imprensa internacional, com apenas uns poucos e tímidos protestos, resolvi fazer este texto. Se antes a continuidade das atividades petrolíferas era política das empresas, agora tornou-se política de Estado, e do mundialmente mais importante, rico e influente: Estados Unidos da América.
Quero evidenciar que enquanto nós, país subdesenvolvido, estamos, por exemplo, deixando de pesquisar petróleo na Margem Equatorial, os Estados Unidos caminham em sentido contrário. Por que? Porque estão pensando no seu povo e não na humanidade. Nós, brasileiros pobres, mas, altruístas, generosos e humanitários, ao contrário, estamos privilegiando deixar o nosso povo na pobreza atual em prol de um ar puro e saudável para o resto da humanidade. É uma opção linda e magnânima, mas discordo dela. Prefiro seguir o ensinamento egoísta de minha velha tia: “entre eu e tu, sou mais eu”.
Mas, vejam concretamente de que estou falando. O presidente dos Estados Unidos, o grosseirão, arrogante e ditatorial Donald Trump, declarou emergência energética naquele país. Isso abriu caminho para recorrer aos mesmos poderes utilizados em momentos de guerra. Significa permissão para atropelar leis de proteção ambiental e acelerar a construção de poços, gasodutos, oleodutos e até – atenção! – até, até usinas elétricas movidas a carvão. Está dada permissão para que, se necessário for, os projetos de energia invadam habitats de espécies ameaçadas de extinção, entre outras licenciosidades. Não custa frisar que as fontes de energia incluídas na tal emergência energética são: gás, carvão, petróleo, hidrelétrica, geotérmica e nuclear. Atenção: energia eólica e solar, preferidas pelos ambientalistas, ficaram de fora.
A seguir, transcrevo o que disse Harrison Fields, vice-secretário de imprensa da Casa Branca.
“Trump vai liderar em conservação e preservação ambiental, ao mesmo tempo em que promove o crescimento econômico para os americanos”.
Ou seja, nada diferente do meu pensamento sobre o assunto, a única diferença é que desejo o mesmo, primeiro para os brasileiros, e depois para o resto da humanidade.
Por: Alfeu Valença – Original do Portal Tempo Real