Em um período de pouco mais de três décadas, as despesas previdenciárias da União saltaram de 19,2% para 51,8% dos gastos totais
O déficit previdenciário dos servidores públicos atinge números alarmantes, beirando os R$ 6 trilhões. Em um período de pouco mais de três décadas, as despesas previdenciárias da União saltaram de 19,2% para 51,8% dos gastos totais, conforme apurado pela Folha de S.Paulo.
Nesse contexto, o gasto discricionário do governo federal, que permite maior flexibilidade de aplicação, despencou de 33,7% para 3,1% do total, com os investimentos sofrendo um colapso de 16% para 2,2%.
A magnitude do déficit previdenciário, próximo dos R$ 6 trilhões, equivale a 93% da dívida líquida do setor público, que totaliza R$ 6,4 trilhões. Desde 2006, as despesas previdenciárias dos servidores registram um crescimento real médio anual de 12,5% nos municípios, 5,9% nos estados e 3,1% na União. A reforma previdenciária de 2019, embora tenha excluído estados e municípios das novas regras, facultou-lhes a adoção posterior, de forma independente, em câmaras e assembleias locais, dos novos dispositivos. Segundo dados governamentais, apenas 34,1% dos 2.146 municípios e estados com regimes próprios de Previdência adotaram ao menos 80% das novas regras estabelecidas pela reforma.