Por Karla Spotorno
Após a forte alta da abertura, os juros futuros passaram a exibir viés de baixa nesta quarta-feira, 19. O movimento está atrelado ao comportamento do câmbio doméstico que, por sua vez, evidencia as leituras diferentes e contraditórias da pesquisa Ibope. Segundo um profissional de renda fixa, apesar do avanço de Fernando Haddad (PT) na pesquisa Ibope não ter agradado, o mercado gostou da melhora de Bolsonaro ante seus oponentes em um segundo turno.
A sessão desta quarta-feira é pautada pela repercussão no mercado financeiro da pesquisa eleitoral, que evidenciou a polarização entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), visto que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic será anunciada após o encerramento dos negócios.
Com relação ao Copom, a expectativa do mercado é de manutenção da taxa em 6,50% ao ano, segundo o Projeções Broadcast e as atenções estarão em qualquer alteração no comunicado. Para os demais dois encontros até o fim de 2018, contudo, a perspectiva para a taxa de juros é menos clara e pode influenciada por efeitos secundários decorrentes do resultado eleitoral. As reuniões seguintes estão previstas para 30 e 31 de outubro e 11 e 12 de dezembro, ambas após a definição do novo mandatário.
Já em relação à política monetária em 2019, a maioria das instituições consultadas espera que o Copom promova um aumento, levando a Selic do atual patamar considerado estimulativo a um nível acomodatício.
Apenas três das 66 expectativas enviadas ao Projeções Broadcast indicam a Selic a 6,50% no fim do ano que vem, com intervalo partindo deste patamar até 10,00%. A moda das projeções aponta para 8,00%.
Às 9h52, o DI para janeiro de 2020 a 8,47%, de 8,49% no ajuste de terça. O DI para janeiro de 2021 marcava 9,72%, mesma taxa do ajuste anterior, enquanto o vencimento para janeiro de 2023 a 11,43%, ante 11,42% no ajuste de terça.