Família comemorou a liberdade dos jovens no Presídio Ary Franco, em Água Santa, no Rio. Parentes afirmam que eles não cometeram nenhum crime
Liberdade roubada por 20 dias chegou ao fim na tarde de sexta-feira (4). A sensação de alívio misturada com choro e dor, assim foi à comemoração da família ‘Ribeiro’ que esteve no presídio de Água Santa, no Rio de Janeiro, para buscar os jovens Tiago dos Santos Ribeiro, de 18 anos, e João Marcos dos Santos Ribeiro, de 19, que foram apontados como suspeitos de terem assaltado pedestres, no último dia 14, no bairro Jardim Mariléia, em Rio das Ostras. A família e os jovens saíram do Rio de Janeiro com destino a Macaé, por volta das 15h.
Em entrevista exclusiva para o Jornal O DEBATE, na última segunda-feira (30), a família procurava por respostas e mesmo assim e sem saber o motivo, Tiago e João Marcos tiveram seus nomes envolvidos em um roubo de aparelho de celular, no meado do mês passado. Segundo os pais de Tiago e João Marcos, os agentes militares chegaram à residência de forma truculenta e invadiram o imóvel, exigindo a mochila e os dois aparelhos celulares. Os PM’s revistaram todos os cômodos e reviraram os objetos e nada foi encontrado.
Os jovens foram apontados pelos policiais como suspeitos do crime, após as vítimas acionarem a Polícia Militar de Rio das Ostras informando o assalto, e prontamente as vítimas recorreram à tecnologia do GPS para saber a localização geográfica dos celulares levados pelos criminosos, que apontavam que os aparelhos estavam na Rua 22, no bairro Parque Aeroporto, porém sem informar o número da residência. Horas depois, o GPS apontava que o aparelho de celular estava dentro da comunidade Nova Holanda.
De acordo com a mãe dos jovens, Márcia dos Santos Ribeiro, no dia 14 de setembro, por volta das 16h – dia do crime em Rio das Ostras -, João Marcos estava na Rua 23, conversando com os amigos e o Tiago ainda estava na barbearia, ambos no bairro Parque Aeroporto, em Macaé. Mais que depressa, o pai foi em busca dos filhos e ao chegar em casa – Tiago e João Marcos -, se depararam com os militares que os levaram para a 123ª DP de Macaé.
Dano irreparável, diz família
Márcia Ribeiro afirma que durante a prisão dos filhos na delegacia os policiais de plantão não quiseram ouvir os suspeitos e nem a família que acompanharam a feitura do Boletim de Ocorrência. Segundo ela, nenhuma prova concreta foi encontrada com os rapazes e que as vítimas assaltadas ficaram confusas no ato do reconhecimento dos jovens.
“Como pode dar voz de prisão para alguém se não tem prova? Até hoje os aparelhos não foram recuperados e nem apareceram”, desabafou Márcia, que alega ter passado dias difíceis com os filhos presos na Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro, em Campos.
Para a surpresa da mãe, os filhos foram transferidos para o presídio Ary Franco, em Água Santa, no Rio, sem a família ser comunicada.
“Houve dano irreparável, começando pelos pais que viram os filhos serem transferidos para Casa de Custódia, em Campos, e depois para a capital. Foi desgaste emocional que acabou envolvendo a integridade dos meus filhos”, disse a mãe que lutou todo momento pela inocência dos rapazes.