A cada anúncio pessimista do setor financeiro estadual e também do governo federal, a área econômica das prefeituras se movimentam, num faz e refaz de contas para verificar se vão conseguir pagar as contas do mês, num permanente estudo de futurologia econômica. O resultado a que chegam é quase sempre desanimador: vai sobrar mês no fim do dinheiro. Mas este não é o caso de Macaé, que nada de braçada e, por tabela, vem conseguindo excesso de arrecadação, mesmo no orçamento bilionário.
O orçamento indica que não conseguimos sair da dependência econômica dos repasses federais e estaduais, sem que se possa acrescentar o “algo mais” proveniente da expectativa de expansão do município. O ano vai passando e ainda não foi desta vez que o cidadão verá exibir nas metas orçamentárias do governo um amplo programa de desenvolvimento capaz de suprir as diversas carências. Isto porém, não é o caso de Macaé.
Com aumento da arrecadação, o município não consegue administrar os investimentos de maior vulto. Sem expandir economicamente o município, através da abertura de novas empresas, oferecendo políticas de incentivos atraentes, os ganhos não permitirão a execução das obras. Trata-se, como se vê, de um círculo vicioso: não cresce porque não investe, não investe porque não cresce. Mas a administração funcionada igual a plano de governo em época de eleição. Ele simplesmente nunca é cumprido.
Para suportar a exigência desse crescimento, várias prefeituras tem se mobilizado na busca por verbas dos governos federal e estadual capazes de permitir a execução de projetos essenciais. Contudo, não é fácil conseguir dinheiro em Brasília. Além do esforço pessoal dos prefeitos. O município depende da intervenção de parlamentares e ministros, o que pode garantir algumas verbas, porém ainda insuficientes. Mas é necessário ter projeto pronto senão os ministérios não liberam verbas.
A proposta de crescimento econômico sonhada por todos ainda não foi apresentada. Para o governo municipal, a frieza dos números revela o que se tem de concreto, sem sonhos nem devaneios, condizente com a realidade econômica do país e dos governos federal e estadual, as maiores fontes de arrecadação do município.
A previsão feita pelos governos atende modestamente as prioridades das administrações, mas não chega para tudo o que a população deseja. Para transformar a cidade é necessário muito mais, porém, nem tudo pode ser realizado a contento. Macaé, ao contrário de muitos municípios, vem crescendo e a resposta financeira poderá vir somente daqui a alguns anos, se o gestor saber fazer o dever de casa. O que, parece, não aprendeu. Até lá, salvemo-nos com o que existe.