Faltando muito pouco para o encerramento de 2018, o cenário político de Macaé segue efervescente ainda por conta dos desdobramentos de uma das mais tensas e complexas eleições brasileiras.
Em que pese a vontade do povo de acreditar em mudanças profundas na consciência dos eleitos, na forma de se conduzir o patrimônio da cidade e na disposição do poder público de ouvir a sociedade, ainda há de esperar que a quebra de paradigmas será bastante complicada para os próximos dias.
E, por conta disso, os agentes públicos que participam do dia a dia dos poderes Executivo e Legislativo, ainda não conseguem prever, ou interpretar, como será o posicionamento do eleitorado local, dentro dos próximos dois anos.
Diante deste abismo, espera-se que haja uma renovação, não apenas de mandatos, mas sim do posicionamento daqueles que hoje sustentam mandatos sequenciais, participando de um seleto grupo capaz de se perpetuar no poder, independente dos rumos da política.
A dependência financeira, o cabresto provocado por impactos sociais e a necessidade de se garantir um espaço em governos, representa o quão arcaico e provinciano ainda é o perfil daqueles que almejam seguir em frente, dentro de projetos de poder que não se sustentam mais sozinhos.
O apelo social, apesar de ser forte, não será mais capaz de assegurar respostas nas urnas, especialmente no período que o principal líder da mudança concluirá a reeleição.
E, temendo permanecerem órfãos do poder, todos que participam do atual governo buscam agora se agarrar em oportunidades de se manter, pelo menos, o número de votos conquistados em 2016, algo bastante perigoso mediante a restruturação dos governos Estadual e Federal.
A onda bolsonariana, percebida tardiamente pelos líderes da chamada esquerda, pode gerar influências profundas na opinião dos mais de 160 mil eleitores, que em 2020 terão a responsabilidade de definir os rumos dos poderes Executivo e Legislativo, um passo extremamente importante no momento em que a cidade passará por uma nova fase de prosperidade.
Nesta nova ordem mundial, a sensibilidade do povo macaense já é percebida nas urnas. Apesar do alto clima de insatisfação, há de se compreender uma forte aceitação sobre os atuais rumos da cidade, o que não necessariamente será a garantia de dias melhores, após 2020.