A atual diretora, liderada pelo Diretor Presidente José Campos de Souza, está executando uma proposta de amenizar o momento financeiramente delicado, lutando para manter os serviços
Enfrentando uma séria crise financeira, a Associação Macaense de Apoio aos Cegos (Amac) passou momentos em 2017 de verdadeira ameaça de fechar as portas. Mas a atual diretora, liderada pelo Diretor Presidente José Campos de Souza, reagiu bravamente, executando uma proposta de amenizar o momento financeiramente delicado pelo qual passa, lutando para manter os serviços.
Assim surge o projeto de revitalização da instituição, buscando parcerias com a intenção de conseguir apoio junto a empresas, pessoas jurídicas ou físicas. De início, a diretoria, está visando a restauração das instalações elétricas e hidráulicas do prédio da Amac, da mesma forma que a substituição por alvenaria de tijolos das divisórias, atualmente de madeira, atacadas por cupins, além da pintura geral da sede, situada à Rua Conde de Araruama, 543, Centro. “Realmente, a sede está precisando de reforma urgente”, disse o Presidente
Revitalização urgente
“A revitalização da sede da Amac é imprescindível e urgente. Em face de novo Provento temos um novo plano de trabalho, que estamos celebrando com a Prefeitura de Macaé, para voltarmos a oferecer à Comunidade Deficiente Visual, Parcial ou Total, o mesmo serviço de qualidade que já prestamos ao longo de décadas”, declarou José Campos de Souza, acrescentando que todo tipo de ajuda é bem-vinda, incluindo material, mão de obra, novos sócios e voluntários. “Esta é uma causa nobre, de Utilidade Pública, sem fins lucrativos, sem distinção de sexo, cor, raça, religião, partido político”, frisou.
O Presidente informou ainda que a Amac pode ceder salas para consultórios ou escritórios Avançados de pessoas físicas ou jurídicas em parceria, mediante pequena contribuição para restauração e manutenção do prédio. “Precisamos também realizar um novo Cadastro dos Deficientes Visuais. “Pedimos que seus familiares nos visitem ou liguem para (22) 99804-9001, que a nossa Secretária Sônia voluntariamente se disponibilizou para cadastrá-los.
Desafios para 2019
O Diretor presidente anuncia os projetos que serão desenvolvidos em 2019, destacando-se aulas de Braille. informática para cegos, apoio psicológico e mobilidade, para tornar o deficiente independente, inclusive, para as famílias. Outro ponto é conseguir transporte para os deficientes.
“Precisamos fazer o recadastramento, para atualizar o cadastro dos deficientes. O atual chega à casa dos dois mil assistidos pela Amac.
Marcos Vieira Passos
As histórias de Marcos Vieira Passos e da Amac se confundem. Após ter sofrido acidente automobilístico em 11 de abril de 1990, Marcos adquiriu a cegueira total. No mês de setembro do mesmo ano, teve os primeiros contatos com a escrita e a leitura em Braille, na Escola Estadual Matias Neto, com a professora Maria José Nunes de Castro.
Relacionando-se com os demais deficientes visuais, observou a carência dos mesmos por falta de apoio da família, de um local onde pudessem se desenvolver profissionalmente, culturalmente e adquirir recursos financeiros para a sua subsistência, além da necessidade de se integrar à sociedade. Observou que os deficientes não tinham a mínima perspectiva de vida, sentindo-se totalmente alijados do convívio social.
Assim, funcionário concursado das Centrais Elétricas Fluminense – CELF (hoje CERJ), onde exerceu alguns cargos de chefia, Marcos Passos funda, em 25 de fevereiro de 1991, a Associação Macaense de Apoio aos Cegos – AMAC. Aposentou-se da CERJ em 1992.
Em 30 de outubro de 1993 idealizou e fundou na cidade de Casimiro de Abreu a Associação Casimirense para Integração dos Cegos. No ano de 1999 foi eleito Presidente do Conselho Brasileiro para o Bem-Estar dos Cegos.
Marcos Passos foi condecorado com a Medalha Tiradentes e Título Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, honraria máxima concedida pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. E em 2010, ele recebeu o Prêmio Betinho Atitude Cidadã por seus trabalhos reconhecidos à frente da Amac.
Fazendo História desde 1991
A falta de espaço adequado e de profissionais para a implementação de atividades que oferecessem aos deficientes visuais condições educacionais para a sua reabilitação despertou em Marcos o desejo da criação de um local condizente com as necessidades dessas pessoas que têm condições de se capacitar e serem inseridas no mercado de trabalho, além, obviamente, de se integrarem à família e à sociedade. Obteve, de imediato, a adesão das professoras Maria José e Naysa Santana Rosa.
Assim, nasce a Associação Macaense de Apoio aos Cegos, em 25 de fevereiro de 1991. O dia escolhido deu-se ao fato de ser data de nascimento do idealizador da entidade.
Hoje a Amac é uma entidade reconhecida nacionalmente e é responsável pela educação, reabilitação, socialização e profissionalização dos deficientes visuais de Macaé e região. A Amac inaugurou em 1999 o monumento dedicado aos 190 anos de nascimento de Louis Braille, na Av. Presidente Sodré, com apoio do então Prefeito Sílvio Lopes Teixeira.